Reggie Fils-Aimé: inovação é cultura

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Ex-presidente da Nintendo, Reggie Fils-Aimé é considerado “a voz dos games”. Sua história inclui uma virada na empresa japonesa, que assumiu quando o reinado dos games pertencia a gigantes como Playstation, Microsoft e Sony. O executivo enxergou o legado de inovação da Nintendo e decidiu resgatá-lo, além de se aproximar do então presidente global, Satoru Iwata, de quem se tornou grande mentor e também amigo. Ele foi sabatinado pela jornalista Emily Chang, da Bloomberg, com algum auxílio da plateia, sobre todos os temas polêmicos da atualidade.

Sem pestanejar, disse que não apostaria suas fichas no metaverso nele e sim na realidade virtual e aumentada (RV e RA), em sua opinião mais aderentes ao mercado de entretenimento.

Ao mesmo tempo, não acredita que o Facebook vai liderar o metaverso, uma vez que “não se trata de uma empresa verdadeiramente inovadora”. 

“Empresas inovadoras colocam o consumidor em primeiro lugar, não o faturamento publicitário. Eles não têm cultura de inovação. Adquiriram a inovação que possuem, como a empresa Occulus”, disparou Fils-Aimé, ao apontar que o metaverso “é a nova nuvem” – todos querem um pedaço.

Questionado sobre o machismo que impera no mundo dos games e sobre as denúncias que algumas empresas (como a Activision) vem sofrendo, ele reconheceu o problema e disse que procurou trazer diversidade para a Nintendo. Por ser um líder negro dentro da empresa, foi natural criar uma cultura mais inclusiva. 

O FACEBOOK NÃO TEM CULTURA DE INOVAÇÃO. ELES ADQUIRIRAM A QUE POSSUEM.

Sobre a entrada da Netflix no mundo dos games, lançando um serviço de assinatura mensal para o segmento, como fez com o audiovisual,Fils-Aimé afirmou que “há muito trabalho a ser feito” para equilibrar bom conteúdo com acessibilidade. Fã da tecnologia blockchain, afirmou que considera interessante a ideia de monetizar os games, mas que tudo tem que, em primeiro lugar, fazer sentido para o gamer.

Sobre o impacto dos games no  público infantil, outra provocação da jornalista Emily Chang – e tema de preocupação de dez entre dez famílias com crianças em casa –, respondeu com franqueza: “Usei com meus filhos a filosofia da moderação e do controle. Os pais precisam supervisionar as crianças no uso de qualquer ferramenta eletrônica.”

Para finalizar a conversa, o entrevistado elencou, a pedido de Emily, as três habilidades mais importantes para os líderes hoje: capacidade de se comunicar (o poder da comunicação, sempre ele), curiosidade de fazer perguntas (sem qualquer outra intenção que não seja a verdadeira curiosidade) e crença na potência da diversidade e da inclusão para encontrar melhores caminhos para solucionar problemas.


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