SXSW 2022: lições de uma pandemia

Crédito: Fast Company Brasil

Claudia Penteado 3 minutos de leitura

Depois do traumático cancelamento em 2020 e de uma edição online em 2021, é com entusiasmo – e alguma cautela – que o SXSW retorna em seu modelo original, presencial, de pura experiência sensorial, entre 11 e 20 de março. A cautela convenceu a organização do evento a criar uma edição híbrida – que disponibilizará ao vivo, via streaming, uma seleção de palestras. 

Não por acaso, a primeira palestra de destaque no evento, fazendo uma espécie de abertura dos trabalhos, nesta sexta-feira, no Austin Convention Center, é a de de Priya Parker, facilitadora, consultora estratégica, autora do livro The Art of Gathering: How We Meet and Why it Matters e produtora executiva e apresentadora do podcast do New York Times, Together Apart, criado durante a pandemia para falar de conexão em meio ao caos. Essas novas conexões foram justamente o tema explorado por ela na edição do SXSW online, no ano passado, em uma ótima conversa com o marido, o editor da revista Time, Anand Giridharadas.

O uso de máscaras será obrigatório no evento, mas pelas ruas e na maioria dos estabelecimentos em Austin, ela já não é exigida. No credenciamento, o teste negativo também não é mandatório, apenas o certificado de vacinação. São as pistas do retorno a uma vida “normal”, que se delineia, pouco a pouco. Em destaque também, a retomada de mostras e exposições – inclusive uma dedicada a saúde e bem estar (Wellness expo), um grande tema presente neste evento pós-pandêmico. 

A inovação é transversal a todas as conversas presentes no SXSW: o conceito de inovação ampliado, e que hoje passa pela missão incondicional de transformar o mundo em um lugar melhor para se viver. Inovar é ajudar a solucionar nossos problemas ambientais, sociais, humanitários. Inovar é valer-se da tecnologia para trazer um benefício para a humanidade*. 

São protagonistas nesta edição, trazendo mais prática do que a teoria de outros anos, a cilada climática, a ética nas redes,  a desinformação, a necessidade de cooperação e o desafio da inclusão.  Eles se encontram traduzidos dentro dos cinco grandes temas guarda-chuva do evento –  Inovação, Futuro, Conexões, Mídia e Inclusão. Dentro deles, 15 trilhas:

  • 2050
  • Publicidade e Experiência de Marca
  • Engajamento Cívico
  • Mudança Climática
  • Cultura, Design
  • Filme & TV
  • Futuro da Música
  • Games
  • Saúde e Bem Estar
  • Fazendo Filmes e Séries
  • Indústria da Mídia
  • Startups
  • Indústria Tech
  • Mobilidade

O Brasil marca forte presença este ano. Trazido pela Accenture, Edu Lyra, CEO e fundador da ONG Gerando Falcões, vai falar sobre o projeto FavelaX; o curador e diretor artístico Marcello Dantas falará ao lado de Marilia Bonas, do Museu da Língua Portuguesa, sobre “Novos museus, Novas caminhos”; a startup Mimo Live Sales marca presença com um estande e fará quase mil demonstrações de live commerce.

Um workshop promovido por três brasileiras – Erlana Castro, Sabina Deweik e Tipiti Barros – apresentará a ferramenta “Radar da Antifragilidade”. O CreativeSP, programa de internacionalização da economia criativa do Governo de São Paulo, trouxe 10 empresas para promover São Paulo como polo cultural. Patrícia Ellen, Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, fará a provocação: “ESG: prontos para pagar a conta?”

A Fast Company Brasil vai trazer algumas dessas discussões para esta cobertura, oferecida pela BETC Havas. Não deixe de acompanhar. 

* Vale conhecer a lista das empresas mais inovadoras do mundo divulgada esta semana pela Fast Company nos Estados Unidos (https://www.fastcompany.com/most-innovative-companies/list), este ano liderada pela Stripe, que através de seu projeto “Stripe Climate”, montou uma rede de empresas que trabalha para ir além de ser carbono zero: atua retirando carbono da atmosfera.  


SOBRE A AUTORA

Claudia Penteado é editora chefe da Fast Company Brasil. saiba mais