A Disney dos eventos de inovação

Crédito: Tico Mendonza

Bruna Milet 3 minutos de leitura

Este ano, participei pela segunda vez do South by Southwest, evento que acontece anualmente em Austin, no Texas, e que é considerado o mais importante festival de inovação do mundo. Tendo voltado recentemente de férias na Disneyworld com a família, fiz um paralelo e encontrei várias semelhanças nas duas experiências, que registro aqui nessas linhas. Vamos lá.

O primeiro ponto é o grande desejo de ir. Assim como a maioria das crianças (e muitos adultos também) quer conhecer a Disney, muitos profissionais sonham em viver a experiência do SXSW.

E quando falo de experiência é porque, assim como os domínios do Mickey vão muito além dos brinquedos, o festival é muito mais que uma série de palestras. Inclui eventos paralelos, arte, música, ativações de marca e muito networking, tudo isso em uma cidade superinteressante.

muitos brasileiros têm optado por ir a Austin como parte de um grupo, ou missão, como preferem ser chamados.

Outro aspecto que chama a atenção é a grande quantidade de brasileiros presentes nos dois. Ano passado foram aproximadamente dois mil no SXSW e este ano estima-se um aumento de cerca de 50% nessa quantidade, ficando o país em segundo lugar na lista de nacionalidades presentes, atrás em quantidade apenas dos donos da casa, os norte-americanos.

E as similaridades continuam. Assim como na Disney, quem visita o festival precisa dedicar bastante tempo para se familiarizar com o evento antes de viajar, para poder aproveitar da melhor forma desde o primeiro dia.

Disney ou SXSW? (Crédito: Divulgação)

Por conta disso e, principalmente, pelas oportunidades de networking, muitos brasileiros têm optado por ir a Austin como parte de um grupo – ou missão, como preferem ser chamados.

Esses grupos são organizados por pessoas com experiência no festival, ajudando na curadoria personalizada das palestras e dando dicas valiosas, como o que ver presencialmente e o que ver online depois.

Mesmo grandes e cheios de filas, tanto a Disneyworld quanto o festival fazem você se sentir em um lugar especial.

Essas missões também organizam eventos e jantares exclusivos (alguns com palestrantes) para seus grupos e muitas ajudam a colocá-los nas festas e happy hours paralelos ao festival. É como contratar uma agência superespecializada. Vale a pena, principalmente para quem quer fazer networking com brasileiros. Mas os valores são salgados: de R$ 5 mil a R$ 60 mil.

Para quem gosta, em ambos os casos a viagem pode render muitas fotos, tietagem e postagens nas redes sociais – no SXSW, os personagens infantis são substituídos por palestrantes conhecidos, que você encontra facilmente andando na rua ou no centro de convenções e em geral são super acessíveis, além das celebridades participantes. 

Anne Hathaway no festival de filmes (Crédito: Andy Wenstrand/ SXSW)

Mesmo sendo muito grandes, cheios de filas e cansativos, tanto a Disneyworld quanto o festival fazem você se sentir em um lugar especial. Além do ótimo conteúdo, ainda tem um quê de "vamos inovar e mudar o mundo" e de jovialidade que encantam quem chega por aqui.

A lista de similaridades poderia continuar – necessidade de equilibrar bem atividades e descanso, ter clareza das prioridades porque não dá para fazer tudo etc. A verdade é que ambas as experiências podem ser marcantes, de um jeito que só as vivências presenciais (ao menos por enquanto) conseguem ser.

Para finalizar, deixo uma dica que vale para as duas viagens: reserve horários para ver emails e mensagens. Fora disso, permita-se desconectar do dia a dia para aproveitar cada minuto e conectar-se com quem está ao seu lado, seja sua família ou os novos amigos que espero que você também faça no SXSW.


SOBRE A AUTORA

Bruna Milet é jornalista, diretora de marketing da Sympla e com passagens em empresas como Decolar, Smiles e Comgás. saiba mais