Creator economy para além das bordas da publicidade

Crédito: Delmaine Donson/ iStock

Ana Paula Passarelli 2 minutos de leitura

Tentando fazer o impossível e terminar de montar minha agenda do South by Southwest antes que ele comece. Entre as milhares de atividades propostas, me deparei com uma nuvem de palavras que apontam para um futuro próximo quando o assunto é creator economy.

O tema ganhou status de track este ano, dada a escalada dos negócios em torno dos criadores que já ultrapassam com facilidade as bordas da publicidade.

Entre tantas palavras, algumas chamaram minha atenção. Em um exercício futurologista, espero voltar aqui ao final do evento para reler este texto e checar o que de fato se concretizou a partir da convergência que só um evento com a transversalidade do SXSW consegue proporcionar. São elas:

1. Visão de negócios

A creator economy é enorme. Engana-se quem acredita que ela se restringe a fazer publicidade nativa com criadores. Ela é democrática a ponto de nos lembrar que até quem prefere ficar atrás das câmeras pode ter uma carreira de sucesso.

São escritores, roteiristas, makers, designers, pintores, atores, planners, estrategistas, produtores… O que não falta é possibilidade. E dar status de track ao tema é relembrar o próprio público do evento que creator economy não é mais um side job.

2. Desplataformização

Se a creator economy não é mais apenas sobre mídia, o debate sobre a hegemonia das plataformas de conteúdo tem sido cada dia mais questionado. Há um movimento mundial de criadores desistindo de criar em plataformas e direcionando seu trabalho para atividades com menos intermediação dos algoritmos.

É um movimento motivado pela preservação da saúde mental a priori, mas que leva a reboque o desejo de um negócio mais sustentável e equilibrado.

3. Hipersegmentação

Se no século 20 o drive dos negócios foi escalabilidade e comunicação de massa, o que a nova década de 20 tem nos mostrado é que quanto menor, melhor – e quando digo melhor, também me refiro à lucratividade.

São inúmeros debates sobre nichos e quem sabe atender as demandas de um segmento muito bem, tem o segmento ao seu lado. Nos negócios, sempre buscamos abrir um novo mercado para que possamos alcançar novos públicos.

Ver tantos debates sobre segmentação e nichos específicos dá um tom de que quem aposta em vender para todo mundo não consegue vender para ninguém.


SOBRE A AUTORA

Ana Paula Passarelli é cofundadora da Brunch, agência que oferece serviços para creators e influenciadores, e da Toast, especializada ... saiba mais