“Quero tocar esse tambor pelo mundo afora”, diz Marcelo D2 sobre seu novo samba tradicional

Músico quer espalhar conceito em que mistura rap e samba, estar conectado às inovações tecnológicas como IA e deixar legado como artista

Crédito: Thiago de Paula

Mariana Castro 2 minutos de leitura

Boa parte de quem estava na longa fila do endereço 12 da Congress Ave. desistiu de esperar. O Speakeasy, bar de apresentações musicais em Austin, ficou lotado na noite de 12 de março. Por volta das 22h, Marcelo D2 subiu ao palco e a plateia, espremida, vibrou.

Quem conseguiu entrar na casa, assistiu a um show cheio de energia. Um dos pontos altos foi quando Luiza Machado entrou no palco e cantou com o marido "Água de Chuva no Mar", de Beth Carvalho. Em outro, D2 desceu para cantar no meio da plateia. 

No dia seguinte, ele subiria no palco mais uma vez, para uma apresentação em um auditório do Convention Center. Entre uma apresentação e outra, D2 falou com a Fast Company Brasil sobre sua primeira vez no festival South by Southwest.

Ele viajou acompanhado da mulher e da filha caçula, Bebel. Carismática, ela chamou a atenção ao participar da segunda apresentação do pai.

Crédito: Thiago de Paula

Interessado em inteligência artificial, D2 enxerga nas novas tecnologias uma possibilidade de reconectar novas gerações ao samba. "Samba é um lugar de aconchego, de família. Contar essa história juntando com inteligência artificial é fascinante."

O músico, uma das atrações do festival Lollapalooza, que acontece desde sexta-feira em São Paulo, contou que acompanha o South by Southwest há 30 anos. Fundado em 1987, o SXSW nasceu como um festival de música. A convite da organização, D2 foi para se apresentar e divulgar seu "novo samba tradicional".

"Eu gosto muito de propósito e de fazer um trabalho relevante. De novo ter na mão um trabalho relevante para mim foi muito importante". Durante a conversa, ele falou sobre como nasceu esse conceito, sobre o seu álbum solo "Iboru", de 2023 – em que mistura samba e hip hop –, de inteligência artificial, conservadorismo no Brasil, ancestralidade e cannabis. "O futuro é canábico". 

Marcelo D2 é cofundador da banda Planet Hemp, foi um crítico assíduo nas redes sociais do governo de Jair Bolsonaro, é multiartista e empreendedor na área de cannabis. Tem no cinema uma de suas paixões: dirigiu os filmes "Amar É Para os Fortes" (2018) e "Iboru" (2023), e fez a série "Amar É Para os Fortes" (Amazon Prime).

Apesar do gosto pelo audiovisual, o foco agora é a música. "Este ano vou colocar a música como protagonista. Quero tocar esse tambor pelo mundo afora". Aos 55 anos, afirma que está tentando fazer com que sua passagem pela Terra "não seja só a passeio". "Quero fazer coisas interessantes, para que fique uma história".

Veja a entrevista completa aqui:




SOBRE A AUTORA

Mariana Castro é editora executiva da Fast Company Brasil. saiba mais