Regulamentação e transparência para uma internet mais responsável

Crédito: Fast Company Brasil

Aline Scherer 1 minutos de leitura

Na semana em que a votação da PL das Fake News foi adiada por pressão das big techs, um dos assuntos que reverberou no Web Summit Rio foi a necessidade de criar regulamentações para construir uma internet e um ambiente tecnológico mais seguros.  

“Investir em transparência pode não parecer óbvio para tornar a internet mais responsável”, disse Rebecca Parson, durante o Web Summit Rio. “Mas se a empresa quer ter credibilidade precisa ser transparente sobre o que faz com os dados que coleta”, ressaltou a CTO da Toughtworks, consultoria de tecnologia que publicou um manual de responsabilidade na tecnologia, com metodologias criadas por diferentes organizações. 

Entre os caminhos apontados para tornar a internet mais responsável está a privacidade de dados, bem como a diversidade na força de trabalho para um design mais inclusivo e acessível. “Quanto mais confiarmos em algoritmos que aprendem com nosso passado, mais vamos perpetuar os vieses do passado”, disse Rebecca. 

A especialista em ética tecnológica ressaltou ainda que pessoas que trabalham com tecnologia são treinadas a escolher um foco e resolver problemas, mas é importante olhar em volta, para diferentes públicos e mercados, e tomar decisões considerando o impacto que terão. E que um ambiente mais regulado é necessário. 

O tema regulamentação esteve presente em outros paineis, como o de Meredith Whittaker,  presidente do aplicativo de mensagens Signal e membro do Conselho Diretor da Signal Foundation. A executiva ressaltou que as regras precisam ser específicas, para facilitar sua aplicação e fiscalização. Para ela, o problema é que as grandes empresas de tecnologia centralizam o poder, e  esse debate deveria trazer mais participação da sociedade.  

Algumas regulamentações americanas indicam, por exemplo, que as empresas devem avisar os usuários sobre o uso de reconhecimento facial. “Mas não há como rejeitar ser vigiado e classificado pelos sistemas, não há maneira significativa de dizer que não quer ter isso na escola ou na vizinhança”, disse a executiva. 

Para Meredith, a solução para tornar a internet mais segura e menos hostil é organizar as regulamentações. “Melhor do que esperar por legislações que muitas vezes demoram uma década para serem materializadas”.


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Repórter Especial Fast Company Brasil saiba mais