Os negócios podem ser uma ferramenta poderosa para o empoderamento e a inclusão. Ao investir em seus sonhos e ideais, empreendedores podem criar oportunidades para outras pessoas e empresas, independentemente de sua origem ou contexto social.

Conheça a história de três brasileiros que, com o apoio do Google, cresceram em seus negócios e profissões, e agora estão ajudando outras pessoas e empresas a alcançarem o mesmo sucesso.

O historiador e professor baiano Filipe Pereira (35) sempre se interessou pela diversidade cultural e ancestralidade brasileira. Na sala de aula, ele começou a buscar maneiras de explorar esses temas de forma mais significativa para seus alunos. Mas sentia que faltava algo. “Na sala de aula, ficamos limitados aos alunos que estão ali presentes”, afirma Filipe. “Com o jogo, disponível para Android, que é o sistema operacional móvel mais usado globalmente, eu chego no mundo inteiro.”

Então, com a ajuda de seus colegas, desenvolveu atividades e jogos que ajudaram a despertar o interesse dos estudantes pela história e cultura do Brasil. Em 2016, ao lado de Victor Cardozo, Pereira criou a Aoca Game Lab, uma desenvolvedora independente de jogos de Salvador que mistura tecnologia, História do Brasil e outros fundamentos de ciências humanas em seus jogos.

A Aoca Game Lab recebeu, ao longo de sua jornada, o apoio financeiro do Google duas vezes. A primeira, em 2020, foi contemplada pelo Black Founders Fund, que investe em startups lideradas por pessoas negras no Brasil. Em 2022, foi selecionada pelo Indie Games Fund, que oferece investimentos e treinamento para empresas de jogos com potencial de crescimento.

A desenvolvedora é a responsável pela criação do jogo de aventura Árida: Backland’s Awakening, que traz a história de uma jovem que viaja pelo sertão baiano em busca de Canudos, um importante movimento social do século 19. O jogo foi inicialmente lançado para PC, mas ganhou popularidade global após ser disponibilizado no Google Play, a loja de aplicativos do Google. O Brasil é um dos países com mais usuários do Google Play, com mais de 118 milhões de usuários de celulares ativos.

Filipe conta que, quando começaram com a Aoca Game Lab, não pensavam em celular. “Começamos naquele sonho de PC e console. Não vou negar que tinha até um certo preconceito com celular, o que hoje vejo que não fazia sentido”, conta.

“Contar com o apoio do Google nos permitiu aprender e fortalecer as áreas do negócio, e focar totalmente no desenvolvimento da empresa. Conseguimos entender a melhor forma de ampliar tanto o negócio quanto o alcance do jogo, como o lançamento da versão para dispositivos móveis”, completa Pereira. Os investimentos financeiros do Google possibilitaram o começo do desenvolvimento, em todas plataformas, da sequência do jogo, o Árida II, que tem previsão de lançamento para 2024.

A versão para celular de Árida foi lançada no Google Play em 2022 e rapidamente se tornou a versão mais popular. Em poucos meses, ela já representava mais da metade da base de dispositivos utilizados para jogar.

Isso se deve em parte ao fato de o Brasil ser o terceiro maior mercado para o Google e o Android ser o sistema operacional mais utilizado pelos brasileiros. A grande maioria dos usuários do jogo escolheu a versão para Android, que hoje representa cerca de 65% da base de downloads.

A popularidade do jogo no mercado mobile é um exemplo do potencial do setor de jogos para promover a cultura e a história brasileira. “Hoje, a Aoca não está apenas criando empregos e beneficiando a economia local, como levando uma parte menos falada da história e cultura brasileiras ao mundo”, conclui Filipe.

A Aoca é um exemplo de como as plataformas digitais podem impactar as empresas e, consequentemente, a economia do país. E o Google tem uma participação muito relevante nisso. Em 2022, a Busca, o Google Ads, Adsense, Play, YouTube e Cloud ajudaram a gerar R$ 153 bilhões em atividade econômica para as empresas no Brasil.


Ex-técnica farmacêutica, Regiane Costa, moradora de Contagem (MG), decidiu transformar o rumo da sua vida e foi beneficiada pelos cursos do Google. “Eu trabalhei durante um tempo com um e-commerce farmacêutico e tínhamos problemas com computadores, impressoras que nós mesmos resolvíamos. E, nisso, pensei: ‘É isso que eu quero para minha vida: fazer um curso de TI”, conta.

Regiane começou um curso universitário na área de TI, mas encontrou muita dificuldade. “Eu olhava ao meu redor e só havia homens brancos. Não era lugar para uma mulher, e principalmente uma mulher negra”, relembra. Quase todos os dias, Regiane se perguntava se voltaria para a aula seguinte.

“Então eu vi, numa busca, o Google oferecendo um curso de suporte técnico”, diz Regiane. Ela se inscreveu e foi aprovada: “Coisas que eu na faculdade não conseguia entender direito, às vezes eu conseguia esclarecer durante um módulo do curso do Google”.

A certificação em Suporte em TI, um dos 5 cursos profissionais que o Google oferece como parte do programa Cresça com o Google, veio para Regiane em 2021. Após concluir o curso e receber o certificado profissional, Regiane conseguiu sua primeira oportunidade de emprego em tecnologia.

“A certificação do Google me trouxe segurança e autoestima”, celebra Regiane. “O número de mulheres na área é bem menor, comparado ao de homens. E nossos salários – para executar as mesmas funções – são mais baixos. Quero dar voz a outras mulheres como eu e lutar pela igualdade de gênero”, conclui.

A história completa da Regiane pode ser conhecida neste vídeo.


Rafaela Xavier, ou Rafa Xavier Trancista, como é chamada no YouTube, foi a primeira pessoa de sua família a cursar uma universidade. Ela escolheu estudar História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e aprofundou os seus conhececimentos sobre a história e a ancestralidade dos negros.

Em 2018, ainda na faculdade, Rafa começou a fazer tranças afro para complementar a renda familiar e percebeu que tinha algo muito rico na troca com as pessoas que a procuravam para fazer o cabelo. “A troca que eu tinha com as clientes era muito intensa, muito forte. Via muitas pessoas pretas se descobrindo pretas por causa da trança”, relata.

Depois de refletir sobre como ela poderia expandir o alcance desse empoderamento, Rafa decidiu fundar um canal no YouTube para compartilhar a técnica e a cultura das tranças. “Meu conteúdo estava circulando e, àquela altura, eu tinha clientes de várias localidades.”

Na plataforma, ela passou a compartilhar seus conhecimentos e se tornou criadora referência em tranças Nagô, o que a impulsionou a tornar-se uma empresária de sucesso.

Na mesma época, conheceu na faculdade um grupo de empreendedoras negras que atuavam em um dos bairros mais nobres de Belo Horizonte, Savassi. “Elas estavam nesse movimento de ocupar aquele ambiente embranquecido, onde obviamente nunca havia tido um salão afro, porque não é o perfil das pessoas que moram naquela região”, lembra. “Estava difícil atender todo mundo no salãozinho da minha casa e ainda ir para a faculdade todo dia. Então, centralizei meu atendimento neste coworking, que também oferecia manicure, design de sobrancelha, corte de cabelo. Entrei de cabeça nesse universo do empreendedorismo negro, no qual uma fomentava a outra.”

Esse reconhecimento fez com que Rafa passasse a ser chamada para dar palestras sobre identidade capilar afro-brasileira. Vendo a oportunidade de atender a uma clientela de mulheres negras que não se sentiam acolhidas nos espaços de beleza frequentados mais por pessoas brancas, em 2020, fundou o salão Casa Nagô e, em 2021, o spa Maalum. No total, suas empresas empregam hoje 22 pessoas.

Rafa foi uma das contempladas pelo Fundo Vozes Negras do YouTube, um programa global do YouTube para elevar e incentivar criadores e artistas negros na plataforma, em 2022. Para ela, foi um “divisor de águas”, pois possibilitou que ela contratasse um time fixo, fazer vídeos melhores e profissionalizar seu trabalho como criadora a partir dos ensinamentos que teve na mentoria que é parte do projeto.

E o Google busca ser parte disso. A empresa tem um compromisso de longo prazo em colaborar com os esforços em prol do bem-estar da população brasileira por meio de ações que beneficiem indivíduos e a sociedade como um todo. Essas ações incluem o fornecimento de produtos, ferramentas e treinamento para ajudar as pessoas a encontrar empregos, desenvolver suas habilidades e crescer em suas carreiras e negócios.