O DESEJO DE SE (RE)ABRASILEIRAR E REERGUER O ORGULHO NACIONAL

Durante a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, Mário de Andrade disse “minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil” e, 100 anos depois, a frase do poeta continua atual, como mostra a 4ª edição do Youtube Vibes, relatório trimestral do Youtube, desenvolvido em parceria com a Float. Nessa edição sob o tema “Reage Brasil”, o estudo teve sua coleta de dados realizada entre novembro e dezembro de 2021 a partir de metodologias de dados quantitativos através de survey online, com a participação de 1.000 brasileiros entre 18 e 64 anos, e com um grupo focal on-line formado por 8 brasileiros com idade entre 18 e 50 anos, de classes ABC, residentes das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia e Recife.

A seguir, a Fast Company Brasil apresenta os principais insights deste levantamento. Acompanhe!

O conteúdo foi desenvolvido a partir de três vibes diferentes sobre o que é ser brasileiro. São elas: o DNA do Corre, sobre enaltecer o poder de realização e a criatividade para virar o jogo; a Reapropriação Tropical, que truca a brasilidade clichê e valoriza a diversidade; e o Deboche da Resistência, sobre usar o humor para criticar e apontar incoerências.

Cada uma aponta para as mudanças na cultura e na forma como as pessoas se relacionam com criadores, mídia e marcas. No epicentro dessas transformações está o YouTube, um lugar para assistir (e até liderar) esses movimentos.

No entanto, de que maneira a plataforma de vídeos mais famosa da internet pode ajudar os brasileiros a recuperar a sua autoestima que anda em crise? A resposta está nos últimos insights compartilhados na pesquisa que mostra o quanto ainda pulsa em muitos brasileiros o desejo de se reintegrar, reconectar e “reabrasileirar”.

Em primeiro lugar, é importante desmistificar um pouco o conceito do prefixo “re”. Se por um lado ele traz uma ideia de fazer de novo, ele também remete a ideia de algo ruim que tem riscos de se repetir. Nesse cenário de construir o novo, sem perder a esperança, surgem narrativas e identidades diferentes, que transformam a maneira como as pessoas veem o Brasil, indo além do Carnaval, futebol, samba e caipirinha.

A pesquisa mostra que o Brasil é muito mais regionalidade do que o sentimento de patriotismo. Além disso, o YouTube Vibes aponta o quanto é relevante entender as individualidades de ser soteropolitano, paulista, carioca, manauara, porto-alegrense com orgulho e considerar seu estado como o seu país nesse imenso continente que é o Brasil.

YOUTUBE VIBES: COMO ENCONTRAR INSPIRAÇÃO, DESCONTRAÇÃO E ORGULHO DO BRASIL?

Parafraseando outro grande artista brasileiro, Tom Jobim imortalizou a frase “o Brasil não é para principiantes”… E não é mesmo! Para quem tem a resiliência no seu DNA, o brasileiro sabe se virar melhor até do que qualquer pessoa em diferentes partes do mundo.

Se o coletivo não está funcionando, as esperanças se voltam para cada um e, dentro da sua individualidade, se sobressaem à sua própria maneira. Como mostra o YouTube Vibes, para 83% das pessoas que foram entrevistadas pela pesquisa, o YouTube é a plataforma que o brasileiro pode crescer em popularidade sendo ele mesmo, não importa sua origem ou classe social.

Quando o brasileiro chega aonde deseja, costuma dar oportunidade para outras pessoas, mas, ao mesmo tempo, ninguém mais quer romantizar o que é precário. O objetivo é batalhar, vencer e conquistar o topo, assim como diz a letra de “Amarelo”, do rapper e compositor Emicida:

“Permita que eu fale | Não as minhas cicatrizes | Elas são coadjuvantes | Não, melhor, figurantes | Que nem devia tá aqui”

Reforçando esse posicionamento, os dados levantados pelo YouTube Vibes mostram que para 90% das pessoas, o Brasil é um meme que nunca dorme. Afinal, se não é lugar para amadores, então o riso se torna uma defesa contra os absurdos da realidade do Brasil. É usar o deboche como forma de resistência, criando situações de humor no nosso dia a dia, que gerem essa identidade com os brasileiros. Como consta no estudo, para 79% dos entrevistados, quem faz humor no YouTube é “gente como a gente”, mas será que ainda dá para renovar o orgulho de ser brasileiro?

Amostra
A coleta de dados desse estudo foi realizada entre Novembro e Dezembro de 2021, a partir da análise das seguintes metodologias:
– Dados quantitativos através de survey online, realizada com 1000 (mil) brasileiros entre 18-64 anos (Offerwise);
– Grupo focal on-line com 8 brasileiros entre 18-50 anos, de classes ABC, residentes das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia e Recife.