Boa notícia, gamers: jogar Legend of Zelda e Minecraft faz bem para a mente

Estudo revela que jogos de mundo aberto oferecem um antídoto muito necessário aos efeitos negativos de outros hábitos digitais

Créditos: allinonemovie/ Pixabay/ Mahavir Shah/ Unsplash

Eve Upton-Clark 2 minutos de leitura

Da próxima vez que alguém disser que ficar em casa jogando videogame é um péssimo hábito, mostre este estudo que sugere que jogos de mundo aberto podem, na verdade, melhorar a saúde mental.

Pesquisadores do Imperial College de Londres e da Universidade de Graz, na Áustria, entrevistaram mais de 600 alunos de pós-graduação sobre suas experiências com jogos de mundo aberto (open world games) e o impacto emocional dessas sessões jogando.

E o que descobriram? Jogos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild (O Início do Grande Reino), The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (Lágrimas do Reino), Red Dead Redemption (A Redenção dos Mortos) e até Minecraft podem contribuir bastante para o escapismo cognitivo (aquela pausa mental da vida cotidiana), promovendo relaxamento e melhorando o bem-estar mental no geral.

"Jogos de mundo aberto são aqueles que oferecem um ambiente grande para ser explorado livremente, onde os jogadores podem se mover e interagir com o mundo do jogo com poucas restrições", explicam os pesquisadores no estudo publicado no Journal of Medical Internet Research.

"Eles oferecem mundos grandes e detalhados para explorar. Especificamente, esses jogos podem ter um mundo expansivo cheio de paisagens diversificadas, cidades e segredos escondidos."

Ao contrário dos jogos de ação mais rápidos, os de mundo aberto incentivam os jogadores a desacelerar. O famoso designer de videogames Shigeru Miyamoto, criador da série Zelda, contou que sua principal inspiração para os jogos da franquia foi capturar a sensação de ser uma criança explorando ao ar livre, assim como ele fazia na zona rural de sua cidade natal ba infância.

Atividades como explorar, fazer artesanato ou simplesmente curtir a paisagem tornam esses jogos relaxantes, em contraste com jogos competitivos, estruturados em torno de objetivos definidos, como Fortnite  ou Call of Duty.

A liberdade de jogar no seu próprio ritmo ajuda a reduzir o estresse e a melhorar o bem-estar mental. Estudos anteriores também já mostraram que jogar de forma casual pode ser uma ótima maneira de descontrair e relaxar.

Crédito: Nintendo

Os jogos de mundo aberto levam isso a outro nível. Os jogadores que participaram do estudo relataram sentir "paz interior", a capacidade de "esquecer as preocupações do dia a dia" e a habilidade de "desligar" do caos da vida. Um deles chegou a descrever os jogos de mundo aberto como "minha forma de meditação".

Esses jogos também podem oferecer um antídoto necessário para os efeitos negativos de outros hábitos digitais, como ficar rolando o feed das redes sociais sem parar – um comportamento frequentemente relacionado à piora da saúde mental.

Com as taxas crescentes de estresse, ansiedade e tristeza entre os jovens de hoje, esses jogos podem acabar desempenhando um papel fundamental na redução do estresse e na melhoria da saúde mental, com possíveis aplicações terapêuticas no futuro.


SOBRE A AUTORA

Eve Upton-Clark é jornalista especializada em cultura digital e sociedade. saiba mais