Indústria brasileira mira em Israel para exportação de games

Crédito: Fast Company Brasil

Ana Beatriz Camargo 2 minutos de leitura

Uma das metas do setor brasileiro de games é conquistar o mercado israelense este ano, como aponta a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), junto com a Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos). Juntas, elas conduzem o Brazil Games, projeto que existe há dez anos com foco principal na capacitação de empresas de todos os portes para exportar seus produtos e serviços com segurança jurídica. 

O Brasil ocupa o primeiro lugar quando o assunto é receita total da indústria dos jogos eletrônicos no contexto da América Latina, como mostra a empresa de consultoria e pesquisa Newzoo, e detém o 12º lugar em nível mundial. O caminho natural neste horizonte próspero é a exportação, como destaca Rodrigo Terra, presidente da Abragames. “O mercado de games tem natureza 100% exportadora, isto é, seu formato digital tem potencial para que serviços e produtos sejam facilmente distribuídos. Através de nossas ações e da qualidade da mão-de-obra brasileira, os produtos e serviços de games do Brasil estão presentes hoje em 95% dos países", afirma.  A meta, agora, é fortalecer os laços entre Brasil e Israel para conquistar esse mercado. 

Desde sua criação, em 2012, o projeto Brazil Games contabiliza aumento de 600% nas exportações do segmento. Em 2020, foram mais de US$ 53 milhões em receitas com a exportação de games. Tendo em vista o crescimento de usuários de jogos digitais em 2021, a expectativa é que os números sejam ainda melhores este ano, com expectativa de alta de 5% na receita das exportações.

Fazem parte da iniciativa conjunta da Apex-Brasil com a Abragames cerca de 140 empresas brasileiras, de grandes produtoras até estúdios independentes. Um caso emblemático é o da desenvolvedora Aiyra, localizada em Niterói (RJ), que há cerca de três anos exporta seus serviços, principalmente jogos personalizados, educacionais e de ações de divulgação. Uma das produções brasileiras exportadas foi o jogo "O Renascimento de F", lançado em 2015, em parceria com a Fox, para divulgação de um filme da franquia Dragon Ball Z.  

O Renascimento de F (Crédito: Aiyra/ Divulgação)

POR QUE ISRAEL?

Em 2021, o foco das ações do Brazil Games foram os mercados asiáticos. Em 2022, a meta é abrir ainda mais o mercado de Israel para a produção nacional. Como explica Felipe Campbell, chefe de operações da Apex baseado em Israel, o país está em um momento de transição entre um mercado independente e um de ponta.

No ranking da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Israel ocupa o primeiro lugar em percentual de investimento do PIB em pesquisa e desenvolvimento. Medidas como essa garantem destaque ao país nas indústrias de tecnologia e inovação e enchem os olhos dos brasileiros.

"O posicionamento do Brasil como competidor de destaque nesta indústria é fundamental para agregar valor aos nossos produtos e serviços, promovendo negócios que podem contribuir para melhorar cada vez mais a percepção do país como um competidor criativo, inovador e diferenciado no mercado global", destaca o executivo da Apex. 


SOBRE A AUTORA

Ana Beatriz Camargo é jornalista, heavy user de redes sociais e escreve sobre o mundo dos games. saiba mais