Niantic se propõe a enfrentar Apple e Meta na guerra da realidade aumentada

Crédito: Mykola Lishchyshyn/ GettyImages/ Artem Podrez/ Pexels

Mark Sullivan 3 minutos de leitura

A Niantic, plataforma de jogos de realidade aumentada mais conhecida pelo sucesso Pokémon Go, anunciou uma série de melhorias em sua plataforma de desenvolvimento Lightship que podem ajudá-la a competir com empresas de tecnologia maiores e com mais dinheiro, que em breve entrarão a todo vapor na computação espacial 3D.

Em sua conferência de desenvolvedores em San Francisco, no final de maio, a Niantic lançou seu Lightship Virtual Positioning System, um mapa virtual da Terra que permite aos desenvolvedores de jogos ancorar gráficos 3D em lugares do mundo real. Por exemplo, um desenvolvedor pode esconder um prêmio (digital) perto de uma estátua conhecida como parte de um jogo de caça ao tesouro.

Créditos: Niantic/ Divulgação

Com seu “mapa do mundo” fundamental e um destino central para descobrir conteúdo realidade aumentada (RA), a Niantic continua a evoluir para uma plataforma alternativa na qual os desenvolvedores podem criar experiências fora dos ecossistemas RA/ RV (realidade virtual) da Apple, Meta e Google.

Isso pode oferecer algumas vantagens. A Niantic, afinal, tem a experiência mais real no desenvolvimento e aplicação de aplicativos RA, e isso inclui um que foi um grande sucesso (Pokémon Go) e apresentou muitas pessoas ao conceito de realidade aumentada em primeiro lugar.

A empresa vem trabalhando em seu mapa virtual há alguns anos. A Niantic diz que esse mapa já contém mais de 30 mil locais públicos, com um número maior de locais concentrados em São Francisco, Londres, Tóquio, Los Angeles, Nova Iorque e Seattle. Os desenvolvedores podem adicionar seus próprios locais ao mapa para oferecer suporte a seus aplicativos e experiências de realidade aumentada.

O conceito de RA do mundo real se tornou a peça central da visão da Niantic sobre o metaverso, mas está longe de ser a única plataforma na cidade. O Google, sob cuja asa a Niantic originalmente desenvolveu sua tecnologia, lançou recentemente seu próprio mapa AR do mundo, que construiu usando os terabytes de fotos que coletou para o Google Street View.

A Niantic e seus concorrentes em RA estão criando esses mapas em preparação para uma grande mudança na tecnologia pessoal em direção à computação espacial.

“Cerca de uma vez por década nos últimos 70 anos, uma nova plataforma de computação chega e muda a maneira como trabalhamos, jogamos, nos comunicamos e conduzimos nossas vidas”, disse o fundador da Niantic, John Nanke, em sua palestra no evento em São Francisco. “Estamos agora no início de outra dessas mudanças e pode ser a mais importante até agora. Essa transição vai realmente mesclar o mundo real e o digital”.

Mapa do mundo criado pela Niantic

Essa mudança, no entanto, é pelo menos parcialmente dependente do desenvolvimento de uma nova geração de hardware vestível. No momento, o conteúdo AR ancorado no mundo real deve ser visualizado na tela de uma câmera de smartphone. No futuro, os desenvolvedores esperam entregar essas experiências virtuais por meio de óculos de realidade aumentada, que a Snap já construiu (apenas para desenvolvedores) e que estão em produção pela Apple, Google e Meta.

As empresas que fabricam os óculos RA quase certamente lançarão suas próprias lojas de aplicativos, nas quais oferecerão suas próprias experiências e as de desenvolvedores de terceiros (que podem ter que pagar uma taxa para estar lá).

A Niantic anunciou ainda um novo destino metaverso, o Campfire, onde os usuários podem descobrir os jogos e aplicativos RA criados pelos desenvolvedores do Lightship. No entanto, o Campfire é um pouco mais ambicioso do que uma loja de aplicativos. Há também um elemento social que permitirá que os usuários encontrem amigos de jogos e talvez participem de aventuras de RA juntos no mundo real.

“Pensamos nele como a página inicial do metaverso do mundo real”, disse Hanke. “Um lugar onde os jogadores podem descobrir outros jogadores em sua área, enviar mensagens uns aos outros e compartilhar conteúdo, organizar seus próprios eventos e encontros e promover os tipos de conexões sociais do mundo real que sempre estiveram no centro do que a Niantic faz”.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais