Nintendo dá uma aula de experiência do usuário com o novo Switch 2

O vídeo de apresentação do Nintendo Switch 2 é um tributo ao design industrial e à diversão

Crédito: Nintendo

Harry McCracken 3 minutos de leitura

O Nintendo Switch é o segundo produto mais vendido da história da icônica desenvolvedora de games, perdendo apenas para o Nintendo DS. Na semana passada, seu tão aguardado sucessor foi finalmente revelado: o Nintendo Switch 2.

Por enquanto, tudo o que temos é um teaser mostrando as melhorias do novo console por meio de animações 3D impressionantes – um estilo que a Apple popularizou há anos em suas campanhas. Ainda assim, o que o vídeo revela já é empolgante: uma tela maior e mais nítida, controles (os chamados Joy-Cons) redesenhados e mais confortáveis, além de um design mais fino e elegante.

Com um olhar mais atento, é possível notar algumas mudanças inteligentes: um suporte traseiro ajustável, como o do Microsoft Surface; uma segunda porta USB-C (para conectar acessórios?); e um novo contorno ao redor dos controles analógicos dos Joy-Cons – provavelmente para evitar a "derrapagem" dos controles, que incomoda muitos usuários.

O Switch conquistou o mundo com sua versatilidade: você pode usá-lo como um videogame portátil, colocá-lo sobre a mesa ou conectá-lo à TV. Os Joy-Cons podem ser removidos, combinados e utilizados de diferentes formas. Enquanto o Wii introduziu os controles de movimento, o Switch foi além, integrando essa ideia de maneira mais fluida e natural à experiência.

Com o Nintendo Switch 2, a empresa eleva esses conceitos, mas de forma sutil. Agora, os Joy-Cons se encaixam diretamente no console. Isso os torna mais práticos e, com a rapidez da troca de modos, pode até abrir espaço para novas mecânicas de jogo.

A NINTENDO SABE O QUE QUER SER

Em 2021, tive a chance de conversar com Shuntaro Furukawa, presidente global da Nintendo, para uma matéria da Fast Company. Na época, a empresa estava expandindo sua presença para novas áreas, como filmes e parques temáticos (com o Super Nintendo World nos parques da Universal Studios), mas sempre mantendo os games e franquias no centro de tudo o que fazia.

Quatro anos depois, parece que a estratégia tem funcionado. O lançamento do Nintendo Switch 2 é mais uma prova de que a empresa sabe exatamente o que está fazendo.

Essa confiança na própria identidade é algo raro entre as grandes empresas de tecnologia dos EUA, muitas das quais parecem obcecadas em não perder a onda da IA generativa. Isso levanta a dúvida: será que empresas como o Google ainda se lembram do que faz seus produtos serem valiosos para os usuários?

Até mesmo a Apple, conhecida por seguir seu próprio caminho, parece um pouco insegura. Seu recurso de resumos inteligentes para notificações, por exemplo, frequentemente distorcia notícias, e a empresa levou semanas para suspendê-lo em aplicativos de notícias enquanto tentava consertar o problema.

Uma Apple realmente comprometida com sua essência talvez nem tivesse tentado criar resumos para notícias, que já são curtas e diretas.

Crédito: Nintendo

A cultura japonesa pode explicar por que a Nintendo não cai nessas armadilhas. O Japão é conhecido por suas empresas centenárias. Segundo a Wikipedia, as cinco empresas mais antigas do mundo estão no Japão, e uma pesquisa de 2008 revelou que 56% das companhias com mais de 200 anos também são japonesas.

O segredo para continuar relevante ao longo do tempo é ter uma identidade sólida, sem medo de explorar novos caminhos que reforcem seus valores essenciais.

A Nintendo é um exemplo perfeito disso. Com 135 anos de história – tendo começado como uma fabricante de cartas de baralho –, ela parece ter mais chances de durar mais um século ou dois do que qualquer gigante de tecnologia dos EUA.

No teaser do Nintendo Switch 2, a empresa avisa que ele será lançado "em 2025". O preço ainda não foi anunciado, mas rumores indicam que será próximo dos US$ 300, o valor de lançamento do Switch original. Mais informações serão divulgadas no próximo Nintendo Direct, no dia 2 de abril.

Com a colaboração de Mark Wilson


SOBRE O AUTOR

Harry McCracken é editor de tecnologia da Fast Company baseado em San Francisco. Em vidas passadas, foi editor da Time, fundador e edi... saiba mais