O novo espaço do parque da Universal na Califórnia é 100% Super Mario

Buscando se tornar uma empresa de entretenimento completa, Nintendo inaugura seu primeiro parque temático nos EUA, fiel à sua franquia mais famosa

Crédito: NBC Universal

Harry McCracken 4 minutos de leitura

Tive a chance de testar o mais recente jogo da franquia Mario Kart. Mas, diferentemente do que você possa estar pensando, não foi em um console. O Mario Kart: Bowser’s Challenge é a principal atração do Super Nintendo World, um novo espaço inaugurado no parque temático do Universal Studios Hollywood, em Los Angeles.

Como qualquer pessoa que já tenha jogado alguma versão de Mario Kart poderia imaginar, a nova experiência envolve dirigir um carro bonitinho por uma pista de corrida.

Mas, ao passar pelos personagens da Nintendo, você perde a noção de quais deles são recriações robóticas, quais são projeções em telões e quais aparecem apenas nos óculos de realidade aumentada que se usa no passeio.

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E, assim como nos jogos, você pode coletar moedas e arremessar projéteis nos adversários, o que traz um elemento competitivo ao que poderia ter sido meramente um entretenimento passivo. É de fato Mario Kart, em uma nova versão imersiva.

A Universal recriou o lendário Mushroom Kingdom da Nintendo em uma das áreas do parque dentro de seu estúdio de cinema; e é tão fiel aos jogos quanto se poderia imaginar.

Visitar o parque por si só já é emocionante. Não há como não ficar boquiaberto com todos os detalhes do universo Mario. Mas, além disso, você também pode competir com outros visitantes e ganhar moedas virtuais ao participar de atividades, como bater nos famosos blocos da franquia espalhados pelo parque.

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ALÉM DO CONSOLE

Durante minha visita ao Super Nintendo World, pude tirar fotos com Mario e Luigi, algo que tenho certeza de que

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qualquer um vai querer fazer. Também tive a chance conversar com ninguém menos do que Bowser – não o inimigo mortal do Mario, mas sim Doug Bowser, que supervisiona os negócios da gigante japonesa nos Estados Unidos como presidente da Nintendo of America.

A iniciativa da empresa de expandir seus negócios para além dos consoles incluiu o novo parque no Universal Studios Hollywood, bem como um no Universal Studios Japan, inaugurado em 2021. Há planos de levar a atração para a Universal da Flórida e de Cingapura.

Em março, estreia o primeiro filme da franquia (ou melhor, o primeiro em 30 anos): “Super Mario Bros.: O Filme”. As apostas da Nintendo em jogos para celular e outros produtos também fazem parte dessa expansão, que – devido ao tempo que leva para se construir parques temáticos e produzir filmes – ainda estão em andamento.

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Todos esses projetos são “realmente sobre deixar de ser apenas uma empresa de videogame dedicada para se tornar mais uma empresa de entretenimento”, explica Bowser. “Acho importante que nos vejam como uma opção de entretenimento.”

Se as pessoas procurarem a Nintendo em busca de mais formas de entretenimento, a empresa poderia superar alguns dos desafios inerentes à indústria de games. O Nintendo Switch, lançado há seis anos, foi – e ainda é – um grande sucesso: é o terceiro console mais vendido de todos os tempos.

Mas não pense que a Nintendo está focada apenas em aumentar seus resultados. Uma prova disso é o grau de fidelidade do Super Nintendo World aos jogos. A empresa passou as últimas quatro décadas trabalhando e desenvolvendo sua propriedade intelectual.

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Tudo teve início quando o gênio por trás do sucesso da Nintendo, Shigeru Miyamoto, teve a ideia de um jogo de fliperama chamado Donkey Kong. Sua natureza protetora e participação ativa na criação do Super Nintendo World garantiram que o parque capturaria a essência dos jogos.

“Para nós, e para Miyamoto, em particular, garantir que fosse uma tradução quase literal da experiência do videogame era muito, muito importante.”

O grande teste virá agora com o lançamento do filme, que também conta com o envolvimento de Miyamoto e parece muito bom pelo trailer. “No fim das contas, é sobre a experiência de entretenimento que os fãs terão com este [filme], e acho que a resposta tem sido muito positiva”, diz Bowser.

Outras expansões de marca que não estão sujeitas ao mesmo nível intenso de julgamento dos fãs, como um parque temático ou um filme, também fazem parte da aposta da empresa. Entre os produtos está uma colaboração com a Lego, que inclui, por exemplo, um kit de 2,8 mil peças para construir um Bowser – o vilão, não o executivo.

Além disso, ela também está focada em jogos para smartphones. Alguns inclusive acabaram se tornando uma ameaça para a própria empresa. Mas títulos como Super Mario Kart Tour provaram ser mais um negócio complementar do que uma mudança radical. No mínimo, eles permitem que a empresa alcance novos consumidores onde o Switch não está disponível.

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As pessoas que visitam o parque temático no Universal Studios pela primeira vez “podem querer ter uma experiência igualmente imersiva e profunda jogando um de nossos jogos para Nintendo Switch”, reflete Bowser.

Mas ele também vê o novo parque como “uma celebração dos fãs da Nintendo”. Ao mesmo tempo familiar e surpreendente, a atração faz jus aos jogos.


SOBRE O AUTOR

Harry McCracken é editor de tecnologia da Fast Company baseado em San Francisco. Em vidas passadas, foi editor da Time, fundador e edi... saiba mais