Que tal fazer suas videoconferências em um ambiente de videogame?

Novo serviço cria ambientes realistas baseado nas tecnologias dos jogos

Crédito: Teaser Experience Room 3D

Steven Melendez 3 minutos de leitura

Para todos aqueles cansados ​​de escolher qual o fundo perfeito para a reunião de Zoom, uma startup chamada TMRW Foundation está lançando uma alternativa de videoconferência chamada Room, que coloca os participantes em um ambiente 3D semelhante ao de um videogame.

O fundador e CEO Cevat Yerli acredita que os humanos evoluíram o suficiente para interagir em espaços 3D, não apenas para ver quadradinhos com os rostos uns dos outros em um típico software de bate-papo por vídeo.

“É uma experiência cansativa, ao contrário dos videogames, que são experiências envolventes”, diz Yerli sobre as ferramentas tradicionais de videoconferência. Anteriormente, ele já havia cofundado a empresa de software Crytek, que desenvolveu os jogos Far Cry e Crysis e a plataforma de videogame CryEngine.

“Estamos explorando o background dos jogos”, diz ele. “Acredito que, se uma ferramenta imitar a natureza humana, ela vai acabar dominando a preferência, porque isso torna tudo mais divertido, mais natural, mais fácil.”

Crédito: Room/ Divulgação

A TMRW passou três anos desenvolvendo o Room, que é alimentado por seu próprio motor de renderização. O software é capaz de rodar em navegadores comuns, tanto em desktops quanto em dispositivos móveis, sem a necessidade de baixar um aplicativo.

Ainda assim, ele usa as câmeras dos dispositivos para capturar vídeos em tempo real. Eles são lançados em simulações de ambientes realistas que variam de um espaço chique de coworking a uma praia tranquila ou um talk show virtual, útil para entrevistas. Todos incluem um alto nível de detalhe, que permite que os usuários vejam os colegas e outros recursos com um arrastar do cursor. 

“Você consegue até ver o reflexo das pessoas na mesa”, diz a diretora de produtos, Stefanie Palomino, durante uma demonstração para a Fast Company. “Se você é o anfitrião, pode escolher uma sala que se encaixe no clima da sua reunião”, acrescenta Yerli.

A TMRW não é a primeira empresa a oferecer alternativas semelhantes a jogos para reuniões em plataformas como Zoom, Google Meet ou Microsoft Teams. Outras empresas já criaram ambientes que lembram os videogames dos anos 1990 e a Meta oferece um ambiente de trabalho de realidade virtual para quem tem seu headset Quest 2.

O Zoom e o Teams também oferecem visualizações que mostram os participantes lado a lado, sobrepostos em um plano de fundo virtual, em vez de exibi-los em uma grade. Mas esses planos de fundo são bidimensionais e não possuem os elementos interativos do Room.

Yerli diz que o mecanismo do TMRW chegou ao ponto ideal de permitir ambientes 3D realistas e propiciar movimento sem exigir hardware especializado, como óculos de realidade virtual. A equipe do Room já usa a tecnologia para reuniões agendadas e espontâneas, incluindo encontros diários e jogos de quebra-cabeça.

Crédito: Room/ Divulgação

A empresa pretende manter o software gratuito, para qualquer pessoa que precise participar de reuniões. Mais tarde, pretende oferecer uma variedade de tipos de planos de pagamento, com recursos diferentes para usuários corporativos. O nível gratuito permitirá que qualquer pessoa organizasse reuniões de até uma hora com até três participantes.

Os ambientes virtuais incluem outros recursos, como quadros brancos para desenhar, notas adesivas virtuais para colar e telas para mostrar apresentações e outros materiais. Eles são baseados em uma estrutura de aplicativo que a empresa pretende disponibilizar para que os desenvolvedores possam construir e vender acesso a seus próprios projetos para espaços 3D.

Por meio desse mercado de espaços virtuais, Yerli espera aproveitar a economia dos criadores para ajudar a Room a crescer. Ele está otimista de que, apesar da popularidade de plataformas como Zoom e Teams, o realismo 3D do Room fará com que ele conquiste usuários e empresas.


SOBRE O AUTOR

Steven Melendez é jornalista independente e vive em Nova Orleans. saiba mais