5 CEOs contam como estão usando – na prática – a IA para fazer seu trabalho

Usos práticos, ferramentas indispensáveis e boas dicas direto de executivos que estão tirando o melhor do poder da inteligência artificial

Crédito: peshkov/ Getty Images

Stephanie Mehta 4 minutos de leitura

Ouvimos o tempo todo que a inteligência artificial generativa está eliminando cargos de entrada e mudando a forma como profissionais do conhecimento realizam tarefas diárias. Mas como os CEOs estão integrando essas ferramentas no trabalho cotidiano de liderar uma empresa?

Para descobrir, conversei com executivos de diversos setores para entender quais ferramentas de IA eles estão usando e como essas tecnologias estão transformando sua maneira de liderar. A seguir, cinco CEOs contam, com suas próprias palavras, como a IA tem influenciado sua rotina.

“Uso o ChatGPT quase todos os dias. Ele desenvolveu uma memória contextual rica sobre como penso, o que o torna um parceiro incrivelmente eficaz para escrever, tomar decisões e testar estratégias sob pressão. Para certos tipos e formatos de arquivo, recorro ao Gemini. A chave é saber qual modelo oferece a melhor aceleração para cada tarefa.

Uso IA generativa como parceira de pensamento, para agir com mais agilidade e clareza. Com frequência, funciona como um painel de testes para destilar ideias, ensaiar estratégias de conversação e afiar minha comunicação.

Esteja eu me preparando para uma reunião do conselho, um encontro com investidores ou um evento do setor, uso IA para redigir tópicos de fala, identificar pontos cegos e testar a forma de apresentar os argumentos. No melhor cenário, a IA me ajuda a esclarecer o que estou tentando dizer e por que isso importa.”

Brad Bogolea, cofundador e CEO da Simbe Robotics, empresa de robótica e engenharia

“Ultimamente tenho usado ferramentas como o Fyxer, um assistente executivo com IA, e o Cursor, um editor de código. Também utilizo o ChatGPT e o Claude como motores de busca, acessando respostas rápidas tanto no celular quanto no computador.

Uso ferramentas de IA para otimizar a gestão e resposta de e-mails, e às vezes recorro ao ChatGPT para desenvolver ideias antes de tomar uma decisão final. Fiquei impressionado também com a capacidade do ChatGPT de identificar candidatos talentosos a partir de seus perfis públicos no LinkedIn.”

Spencer Hewett, fundador e CEO da Radar, empresa de software

“Na frente estratégica, a IA funciona como uma parceira sob demanda. Uso para sintetizar sinais de mercado, explorar cenários estratégicos e identificar riscos ou oportunidades emergentes. O que antes levava um dia inteiro de trabalho analítico ou horas de pesquisa pessoal agora leva minutos.

Na execução, a IA me ajuda a agir com mais rapidez. Uso para redigir comunicações, estruturar memorandos e resumir conteúdos extensos, o que me libera para focar em decisões estratégicas de alto impacto.

No futuro, acredito que a IA vai redefinir a estrutura das empresas. Vamos sair do formato tradicional de pirâmide para algo mais parecido com um losango – com menos camadas, mais indivíduos empoderados e equipes altamente produtivas, turbinadas por IA.

Isso impacta não só o desenho organizacional, mas também os orçamentos e o crescimento. Mais empresas vão aumentar receita e impacto sem crescer na mesma proporção em pessoal ou gastos. Isso já está acontecendo na Virta.”

Sami Inkinen, CEO da Virta Health, empresa de tecnologia na área da saúde

“Adotar IA mudou o jogo para a WorkJam. Usamos várias ferramentas de IA, como o assistente de codificação Gemini e o Google Agentspace, para facilitar a busca por arquivos em toda a organização.

Tornei o uso de IA uma diretriz obrigatória para toda a equipe em 2025. Demos acesso a diversas ferramentas para todos os colaboradores e criamos um comitê que lidera a inovação em IA por toda a empresa.

Nossos times estão constantemente desenvolvendo novos agentes para otimizar os processos produtivos, usando uma série de ferramentas como JetBrains, Windsurf e outras. Para tarefas simples, temos diversos modelos do ChatGPT já treinados que também são muito úteis.

A IA facilmente me devolve de cinco a 10 horas por semana – às vezes mais, em períodos de planejamento. Uso esse tempo para me conectar com as equipes, ter conversas informais e ouvir os clientes. É nesses momentos que surgem as melhores ideias. A IA não só me ajuda a fazer mais, como cria o espaço necessário para pensar melhor.”

Steven Kramer, CEO da WorkJam, empresa de software para força de trabalho

“A IA generativa funciona como assistente de pesquisa e consultoria. Meus principais usos são pesquisa de mercado

e ideação estratégica – tarefas menos frequentes, mas de alto valor, que ajudam a orientar decisões críticas e identificar vantagens competitivas.

Também uso IA para revisar documentos jurídicos e pesquisar temas relacionados a RH e regulamentação, o que normalmente exigiria o apoio de consultores externos.”

Philip Smolin, cofundador e CEO da Daash Intelligence, plataforma de inteligência para o comércio


SOBRE A AUTORA

Stephanie Mehta é CEO e chief content officer da Mansueto Ventures, controladora da Inc.e da Fast Company. saiba mais