Adeus websites: agentes de IA podem mudar a dinâmica de navegação na web
A próxima revolução digital pode fazer a internet atual parecer lenta e ultrapassada

No evento para desenvolvedores da OpenAI, realizado na semana passada, a empresa destacou o papel dos chamados agentes autônomos – assistentes de inteligência artificial capazes de entender o que o usuário precisa (às vezes até antes mesmo que ele diga) e executar tarefas por conta própria.
A mensagem por trás dos anúncios foi clara: a OpenAI quer transformar o ChatGPT em uma plataforma completa, um ponto de acesso central para qualquer tipo de conteúdo online.
Os sites (como o da Fast Company) devem continuar existindo, mas podem ganhar uma aparência e um funcionamento completamente diferentes quando forem impulsionados por grandes modelos de linguagem e agentes inteligentes.
Hoje, navegamos manualmente: clicando em menus, pressionando botões e rolando páginas com o mouse ou o dedo. Fazemos isso para descobrir o que o site oferece ou para encontrar algo específico. A única “inteligência” que guia esse processo é o texto estático dos menus e botões.
Com a IA, no entanto, essa experiência pode mudar radicalmente. Em vez de clicar e procurar, o usuário poderá simplesmente conversar com a interface e o próprio site vai reunir as informações mais relevantes em tempo real – parecido com o que ferramentas de busca com IA já fazem ao gerar respostas personalizadas com conteúdo multimídia a partir de uma única pergunta.
O conteúdo exibido também poderá mudar diante dos olhos do usuário conforme ele der novos comandos à IA. Em outras palavras, os sites deixarão de ter uma estrutura fixa: a disposição das informações vai passar a depender inteiramente do que o visitante quer e de como ele descreve o que procura.
AGENTES SOB MEDIDA
Durante o evento, Christina Huang, uma das executivas da OpenAI, fez uma demonstração ao vivo de uma nova ferramenta chamada Agent Builder, que permite criar agentes personalizados. Em menos de oito minutos, ela construiu um agente que funcionava como uma espécie de concierge em uma página sobre o próprio evento.
O objetivo principal era mostrar aos desenvolvedores o potencial da ferramenta, mas a demonstração também deu uma pista de como a OpenAI imagina o futuro dos sites.
Na página, os visitantes podiam dizer ao agente o que queriam aprender na conferência e ele montava automaticamente uma programação personalizada, com os painéis e grupos de trabalho mais relevantes.

Esse agente tinha ainda sua própria “personalidade” e identidade visual. A interação era feita por texto, mas poderia facilmente acontecer por voz – o que daria uma nova dimensão à experiência.
Interfaces inteligentes e agentes personalizados devem se tornar elementos centrais dos sites do futuro – ou, pelo menos, na primeira fase dessa revolução digital guiada pela inteligência artificial.
Isso é apenas o começo. As formas de interação podem evoluir para experiências que hoje ainda são difíceis de imaginar. E talvez nem tudo seja voltado para nós, humanos: pesquisadores já estudam como os sites precisarão ser programados quando seus principais visitantes não forem mais pessoas, mas sim outros agentes de IA.