Assistente de pesquisa da OpenAI mostra como serão os agentes de IA

A nova ferramenta se destaca pela precisão e profundidade em pesquisas sobre produtos e ciência

Crédito: Gerd Altmann e Brian Penny/ Pixabay

Mark Sullivan 3 minutos de leitura

A OpenAI lançou seu novo assistente de pesquisa avançada, o Deep Research. Alimentado pelo modelo o3-mini – treinado para resolver questões complexas por tentativa e erro –, é um dos primeiros passos da empresa na criação de verdadeiros agentes de IA (sistemas capazes de seguir instruções e operar de forma autônoma).

A OpenAI descreve a ferramenta como ideal para profissionais de áreas como finanças, ciência, políticas públicas e engenharia, que precisam de pesquisas aprofundadas, precisas e confiáveis. Além disso, pode ser uma aliada útil para quem deseja tomar decisões importantes, como a compra de um imóvel ou carro.

Por exigir grande poder de processamento e memória, o Deep Research consome muitos recursos dos servidores da empresa. Por isso, está disponível apenas para assinantes do plano Pro, que custa US$ 200 por mês, e é limitada a até 100 pesquisas mensais.

Para testar a novidade, a OpenAI me concedeu acesso por uma semana. No ChatGPT, encontrei o novo botão “Deep Search”, logo abaixo da caixa de texto.

Minha primeira pesquisa foi sobre produtos não medicamentosos que prometem aliviar dores na região lombar. Estava pensando em dispositivos tecnológicos, mas não deixei isso claro na pergunta. Como resultado, o ChatGPT ficou em dúvida sobre o escopo da pesquisa (e, para ser sincero, eu também) e me perguntou se eu gostaria de incluir móveis ergonômicos e corretores posturais.

O modelo levou seis minutos para concluir a pesquisa, consultou 20 fontes e me entregou um relatório de duas mil palavras detalhando todos os dispositivos para dor nas costas que encontrou na internet. Ele comparou cintos massageadores, almofadas térmicas elétricas e aparelhos de estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS).

Além disso, gerou uma tabela detalhada com especificações e preço de 10 dispositivos diferentes. Como não sou especialista no assunto, não identifiquei lacunas na informação nem declarações suspeitas.

Resolvi testar a ferramenta com uma pergunta mais complexa: “quero um panorama completo sobre as pesquisas mais recentes no uso de inteligência artificial para descobrir novas formas de diagnosticar e tratar o câncer. Priorize os avanços mais promissores e próximos da aplicação em pacientes.”

DEEP RESEARCH COMO PRECURSOR DE AGENTES DE IA

Assim como outras ferramentas avançadas de IA, como o DeepSeek R1 e o Gemini Advanced 2.0 Flash Thinking Experimental (que também não são agentes de IA), o modelo da OpenAI exibe sua linha de raciocínio enquanto processa a resposta.

Durante a busca, ele mostrava atualizações do processo: “estou analisando o uso da IA no diagnóstico e tratamento do câncer, cobrindo áreas como imagens médicas, patologia, genômica e planejamento radioterápico. Avançando para uma visão completa.”

Um detalhe interessante é que a OpenAI colocou essa linha de raciocínio em um painel lateral, evitando que as atualizações interfiram no conteúdo principal. No entanto, há um problema: essa visualização desaparece assim que a pesquisa é concluída, sem opção de recuperá-la.

Crédito: OpenAI

Fiquei surpreso ao ver que a ferramenta levou apenas quatro minutos para concluir a pesquisa e citou 18 fontes. O relatório trouxe um panorama detalhado de como a IA está sendo usada na pesquisa sobre câncer, mencionando estudos específicos e validações clínicas.

Foram abordadas tendências como o uso de inteligência artificial na interpretação de exames de imagem, análise de risco genético, cirurgias assistidas, descoberta de novos medicamentos e planejamento e dosagem de radioterapia.

Porém, notei um problema: muitos dos estudos e aprovações da FDA (a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos EUA) citados não eram dos últimos 18 meses. Algumas informações pareciam um pouco desatualizadas.

Por exigir grande poder de processamento e memória, o Deep Research consome muitos recursos dos servidores.

Para pesquisas sobre produtos, o Deep Research se mostrou extremamente confiável. No entanto, para pesquisas científicas, minha confiança foi um pouco menor – não pela precisão da resposta, mas pela atualidade das fontes utilizadas.

Talvez o problema tenha sido o escopo amplo da minha pergunta, já que a IA está sendo aplicada de várias formas na luta contra o câncer. De qualquer forma, dois testes não são suficientes para um veredito final sobre a ferramenta. Como o número de pesquisas possíveis é praticamente infinito, continuarei testando enquanto ainda tenho acesso.

No geral, fiquei impressionado com o novo assistente de pesquisa da OpenAI. No mínimo, ele fornece um ponto de partida bem estruturado, com fontes e insights úteis, para qualquer pesquisa que você precise fazer.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais