Como a China está democratizando o uso da Inteligência Artificial

Startups chinesas reduzem custos e ampliam capacidades de seus modelos de IA, reforçando protagonismo tecnológico global

Robô de inteligência artificial
A Z.ai, fundada em 2019, já arrecadou mais de US$ 1,5 bilhão em investimentos e planeja uma oferta pública inicial na Grande China. Créditos:Pixabay.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

Modelos de Inteligência Artificial desenvolvidos por startups chinesas estão se destacando por aliar eficiência, custo reduzido e novas capacidades técnicas, competindo diretamente com nomes consolidados no mercado global. A mais recente inovação vem da Z.ai, que lançou o GLM-4.5, um modelo de código aberto que promete entregar mais desempenho por menos investimento.

Segundo a CNBC, a Z.ai, anteriormente conhecida como Zhipu, anunciou que o novo modelo GLM-4.5 custará menos que o DeepSeek, outro gigante chinês do setor. Além disso, a empresa explicou que sua tecnologia é baseada em uma lógica “agentical”, ou seja, o modelo consegue dividir automaticamente tarefas complexas em subtarefas menores para alcançar maior precisão nos resultados.

Confira abaixo os valores da Z.ai

A Z.ai afirmou que cobrará US$ 0,11 (aproximadamente R$ 0,59) por milhão de tokens de entrada e US$ 0,28 (cerca de R$ 1,50) por milhão de tokens de saída, valores significativamente inferiores aos praticados pelo DeepSeek R1, que cobra US$ 0,14 e US$ 2,19, respectivamente.

O GLM-4.5 é quase metade do tamanho do modelo DeepSeek e requer apenas oito chips Nvidia H20 para operar. Esses chips foram desenvolvidos especialmente para o mercado chinês a fim de respeitar os controles de exportação dos Estados Unidos.

O CEO da Z.ai, Zhang Peng, declarou que a empresa já possui capacidade computacional suficiente, embora não tenha revelado quanto foi investido no treinamento do novo modelo.

A DeepSeek também causou impacto no setor em janeiro ao apresentar um modelo que rivaliza com o ChatGPT da OpenAI, com custos de treinamento abaixo de US$ 6 milhões. Contudo, analistas indicam que o número real pode ser resultado de uma base de infraestrutura avaliada em mais de US$ 500 milhões.

Nos últimos meses, outras empresas chinesas vêm lançando modelos de Inteligência Artificial com foco em código aberto e menor custo. A Moonshot, apoiada pelo Alibaba, lançou o Kimi K2; a Tencent apresentou o HunyuanWorld-1.0 para desenvolvimento de jogos; e a Alibaba revelou o Qwen3-Coder, voltado à escrita de código.

A Z.ai, fundada em 2019, já arrecadou mais de US$ 1,5 bilhão em investimentos e planeja uma oferta pública inicial na Grande China. A lista de investidores inclui Alibaba, Tencent, Qiming Venture Partners e fundos estatais de Hangzhou e Chengdu. 

A OpenAI, empresa de Inteligência Artificial, por sua vez, incluiu a empresa em um alerta recente sobre o avanço da IA chinesa, enquanto os EUA restringiram suas operações com empresas norte-americanas.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais