Conheça o líder da empresa que está na base de todos os microchips
Com sua tecnologia exclusiva de litografia, a ASML é peça-chave no avanço da inteligência artificial
Quando o assunto é produzir microchips de última geração para inteligência artificial, apenas uma empresa no mundo é capaz de fabricar o equipamento multimilionário necessário para projetar os complexos e minúsculos circuitos que fazem esses chips funcionarem: a ASML.
Gigantes como TSMC, Intel e Samsung dependem da tecnologia de litografia ultravioleta extrema (EUV) desenvolvida pela companhia holandesa. Não é surpresa que a ASML esteja entre as empresas públicas mais valiosas da Europa .
E à frente dela, garantindo que permaneça na vanguarda da fabricação de chips, está Christophe Fouquet, CEO desde abril deste ano.
Fouquet assumiu o cargo após 15 anos na ASML e mais de 25 no setor de semicondutores – tempo suficiente para acompanhar 10 ciclos da Lei de Moore. (Para quem não sabe, a Lei de Moore prevê que o número de transistores em um chip dobra a cada dois anos, com aumento mínimo nos custos.)
Embora tenha bastante familiaridade com a tecnologia pioneira da empresa, sua trajetória vai além do aspecto técnico. Ele também atuou nas áreas de marketing e gestão de produtos, lidando diretamente com clientes por anos – e, mais importante, entendendo suas necessidades.
Isso é crucial em uma indústria tão interdependente, que exige uma colaboração estreita entre designers de chips como a Nvidia (referência em chips para IA), fabricantes como TSMC e Intel, fornecedores essenciais como a ASML e as muitas outras empresas que fornecem materiais indispensáveis para o setor.
“A confiança é fundamental, porque o nosso ecossistema é tão interligado que, se você remove uma peça, tudo para.”
“Nós nos conhecemos há muitos anos e confiamos uns nos outros”, afirma Fouquet. “A confiança é fundamental, porque o nosso ecossistema é tão interligado que, se você remove uma peça, tudo para.”
No entanto, a ASML deve continuar enfrentando desafios geopolíticos, com os Estados Unidos e seus aliados impondo restrições à venda de equipamentos de fabricação de chips para a China, devido a preocupações de segurança ligadas à inteligência artificial e outras tecnologias avançadas.
Ainda assim, Fouquet ressalta que a indústria segue extremamente estimulante do ponto de vista da engenharia – algo esperado de um setor no qual os produtos dobram em complexidade a cada 18 meses. E a IA é a principal responsável. Ele compara a empolgação atual ao entusiasmo visto durante os primeiros anos da internet e dos smartphones.
Em uma recente apresentação a investidores, o executivo reforçou que a inteligência artificial exigirá inovações contínuas para garantir que o hardware seja acessível e eficiente em termos de energia, permitindo que todo o seu potencial seja aproveitado.
“Costumo dizer que a Lei de Moore só vai chegar ao seu limite quando as pessoas deixarem de ter ideias”
Embora especialistas há anos prevejam o fim da Lei de Moore – com os chips chegando aos limites físicos da tecnologia –, Fouquet mantém uma visão otimista. Ele acredita que a indústria continuará encontrando novas maneiras de ampliar o poder dos microchips.
“Costumo dizer que a Lei de Moore só vai chegar ao seu limite quando as pessoas deixarem de ter ideias”, reflete ele. “E, até agora, isso ainda não aconteceu.