Engenharia de prompts: entenda o que é a profissão que a Inteligência Artificial criou e ela mesma substituiu

O cargo surgiu como uma novidade no setor da tecnologia, prometendo revolucionar a interação com modelos de linguagem artificial, mas isso mudou rapidamente

Homem dando comando a IA
A IA está transformando o mercado de trabalho, mas não necessariamente criando novas profissões. Créditos:Freepik.

Redação Fast Company 2 minutos de leitura

A engenharia de prompts surgiu como uma novidade no setor da tecnologia, prometendo revolucionar a interação com modelos de linguagem artificial. Inicialmente, empresas buscavam especialistas capazes de formular comandos eficientes para otimizar respostas da Inteligência Artificial. No entanto, a profissão desapareceu tão rápido quanto surgiu, sendo substituída por ela mesma.

No auge da popularidade da Inteligência Artificial, surgiram vagas específicas para engenheiros de prompts, ou também chamados de "comandos", profissionais responsáveis por criar orientações precisas e eficientes para modelos de linguagem. A habilidade, que dispensava conhecimentos técnicos aprofundados, parecia ser um caminho promissor para ingressar no mercado tecnológico.

De maneira simples, os prompts são instruções para que os modelos de linguagem realizem tarefas específicas. Na prática, eles podem ser um comando simples como 'crie uma música com 3 estrofes', ou uma pergunta, como ‘o que é a CPI das bets?’. O comando busca uma ação, a pergunta busca uma informação.

No entanto, a evolução das ferramentas de IA, a necessidade de profissionais focados apenas em construir esses prompts começou a diminuir. Aplicações mais avançadas passaram a gerar prompts de forma autônoma, eliminando a demanda por especialistas dedicados exclusivamente a essa tarefa. O que antes era um diferencial, tornou-se uma habilidade comum esperada de qualquer desenvolvedor ou profissional que trabalhe com IA.

Estudos apontam que a engenharia de prompts foi absorvida por cargos como engenheiro de Machine Learning e arquiteto de automação. Essa atividade, que nunca teve grande representatividade em contratações formais, passou a ser uma competência adicional e não mais uma profissão exclusiva.

Vale citar que isso mostra que a IA está transformando o mercado de trabalho, mas não necessariamente criando novas profissões. A tendência é otimizar funções já existentes, aumentando a produtividade e aprimorando processos. No setor tecnológico, a demanda por engenheiros de Machine Learning cresce significativamente, enquanto a de engenheiros de prompts desaparece.

A engenharia de prompts serve como alerta sobre a rápida evolução da Inteligência Artificial e seus impactos no mercado de trabalho. O futuro aponta para profissionais cada vez mais capacitados em modelagem e desenvolvimento de IA, em vez de especialistas em comandos específicos.

Apesar disso, é importante salientar que ainda não está claro se as empresas realmente contrataram funcionários com o título exclusivo de engenheiro de prompts. E hoje, com certeza, não estão contratando, segundo Allison Shrivastava, economista do Indeed Hiring Lab.

Com informações de Henry Chandonnet, em matéria da Fast Company.


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