Estetoscópio do futuro: como a IA pode revolucionar os diagnósticos cardíacos

Ferramenta criada no Reino Unido promete transformar o diagnóstico de doenças cardíacas em segundos

Médico usando estetoscópio em paciente
O dispositivo deve ser usado em pacientes com sintomas suspeitos. Créditos:Freepik.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

Um estetoscópio inteligente desenvolvido por pesquisadores britânicos promete transformar a forma como doenças cardíacas são detectadas. 

Segundo reportagem do The Guardian, a inovação pode identificar insuficiência cardíaca, doença da válvula cardíaca e ritmos cardíacos anormais de maneira quase instantânea, representando um salto significativo na medicina preventiva.

Inventado em 1816, o estetoscópio se tornou uma das ferramentas mais icônicas da prática médica. Agora, pesquisadores do Imperial College London e do Imperial College Healthcare NHS Trust apresentaram uma versão de alta tecnologia que combina tradição e inovação.

O novo modelo utiliza Inteligência Artificial para analisar sinais cardíacos imperceptíveis ao ouvido humano e, ao mesmo tempo, realiza um eletrocardiograma (ECG). Em apenas 15 segundos, o dispositivo fornece dados detalhados e precisos.

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Fabricado pela empresa californiana Eko Health, o equipamento envia as informações para a nuvem, onde algoritmos avançados processam os resultados. Em seguida, o diagnóstico é transmitido diretamente para o smartphone do médico, facilitando a integração com a rotina clínica.

Testes em larga escala

O novo modelo foi testado em cerca de 12 mil pacientes em 200 clínicas no Reino Unido. Os resultados mostraram que aqueles avaliados com a tecnologia tiveram duas vezes mais chances de receber diagnóstico precoce de insuficiência cardíaca em comparação aos atendidos com métodos tradicionais.

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Além disso, os pacientes tiveram três vezes mais chances de serem diagnosticados com fibrilação atrial e quase o dobro para doença da válvula cardíaca.

Os pesquisadores destacam que o dispositivo deve ser usado em pacientes com sintomas suspeitos, como fadiga ou falta de ar, e não em exames de rotina. Isso porque a ferramenta pode gerar falsos positivos, levando a diagnósticos incorretos.

Ainda assim, especialistas afirmam que a adoção da ferramenta pode salvar vidas e reduzir custos ao permitir tratamentos em estágios iniciais.

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Especialistas avaliam que o avanço pode democratizar o acesso a diagnósticos rápidos e confiáveis. A tecnologia pode ajudar médicos da atenção primária a identificar doenças graves antes que o quadro se agrave, aumentando as chances de sobrevida dos pacientes.

Com a chegada desse novo estetoscópio, a medicina cardiovascular pode entrar em uma nova era, marcada pela união entre tradição clínica e inovação digital.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais