IA generativa muda a lógica da experiência financeira

Quem vai ter a preferência do cliente será o serviço que estiver presente sem atrapalhar e que conseguir resolver problemas sem fricção

Crédito: Antonio Solano/ Getty Images/ Freepik

Danilo Caffaro 2 minutos de leitura

Na nova era da inteligência artificial, os serviços financeiros estão passando por uma revolução silenciosa não só nos bastidores, mas também na superfície onde tudo acontece: a vida do cliente.

Durante os últimos anos, a corrida no setor bancário era por funcionalidades, design e performance dos aplicativos. Hoje, no entanto, isso já é esperado e a disputa real se tornou mais sofisticada: quem consegue se integrar ao cotidiano do cliente, sem fricção e com contexto, vence. E essa integração não é passiva. Ela se antecipa, entende, resolve.

A nova corrida do ouro está em como as instituições financeiras conseguem entregar valor de forma fluida e invisível – onde, quando e como o cliente quiser.

Um banco que está no WhatsApp, no comando de voz, no checkout. Um parceiro que não se vê, mas é essencial. Ele não precisa mais abrir app. O ideal será nem precisar lembrar que ele existe.

O consumidor quer muito mais que um aplicativo, quer um assistente. Em uma pesquisa recente que a PicPay realizou durante o Web Summit, descobrimos que mais de 80% dos entrevistados disseram estar dispostos a deixar uma inteligência artificial cuidar de suas finanças, automatizar tarefas e personalizar recomendações. 

Nesse cenário, a IA generativa não é apenas uma ferramenta de eficiência. Ela é o novo cérebro dos serviços financeiros e reconfigura toda a lógica de relacionamento com o cliente. Permite entender cada um em profundidade, adaptar respostas em tempo real e, principalmente, antecipar necessidades.

A nova corrida do ouro está em como as instituições financeiras conseguem entregar valor de forma fluida e invisível.

Transformamos nossa IA em um copiloto financeiro, capaz de pagar contas, organizar orçamentos e sugerir investimentos, enquanto o usuário foca no que realmente importa.

Quando falamos de experiência, não se trata só de UX (experiência do usuário) ou jornada de aplicativo. É a nova arena competitiva. Quem não entender que essa dinâmica deve ser pensada desde o core do negócio, ficará para trás.

A experiência é uma palavra muitas vezes banalizada e que deve voltar ao centro da estratégia. No fim das contas, quem vai ter a preferência não será o banco mais completo, mais bonito ou mais barato. Será aquele que estiver presente sem atrapalhar, automatizando sem perder o toque humano e resolvendo sem precisar ser lembrado. Porque o futuro das finanças é invisível.


SOBRE O AUTOR

Danilo Caffaro é vice-presidente executivo de serviços financeiros para pessoa física do PicPay. saiba mais