IA na educação: quais regras as escolas já estão adotando?
Entenda quais são as principais regras defendidas por educadores

O uso de Inteligência Artificial (IA) generativa na educação, por adolescentes e estudantes em trabalhos escolares intensificou o debate sobre a criação de regras escolares claras. Atualmente, a tecnologia é usada principalmente para redigir e revisar textos, o que compromete métodos tradicionais de avaliação.
Educadores acreditam que as escolas precisam adotar normas para evitar fraudes e estimular o uso responsável de chatbots. Nesse cenário, eles recomendam revisar os métodos de avaliação, capacitar os professores e envolver os estudantes em discussões sobre ética digital.
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Quais são as medidas em discussão?
Com a ascensão dos modelos de IA, escolas ao redor do mundo começaram a discutir medidas eficazes para assegurar o uso consciente de chatbots, com o objetivo de não prejudicar o processo de ensino. Entre as principais medidas que estão:
1. Definição de limites e expectativas
Instituições de ensino rediscutem o que caracteriza desonestidade acadêmica. Algumas proíbem o uso de IA em casa ou em certas avaliações, enquanto outras permitem o uso parcial, desde que declarado.
2. Avaliações em sala de aula
Escolas reforçam provas presenciais, redações feitas em aula e exames em papel. O objetivo é reduzir a dependência da tecnologia e garantir que o estudante demonstre o que aprendeu.
3. Formação docente
Capacitar professores para integrar a IA ao ensino é apontado como medida essencial. Além de proibir, o educador deve orientar sobre ética, vieses e usos criativos da ferramenta.
4. Transparência institucional
Guias e documentos oficiais vêm sendo elaborados para especificar o que é permitido ou não. Nos Estados Unidos, programas de cursos já incluem regras explícitas para o uso de IA. Entretanto, no Brasil, o Conselho Nacional de Educação (CNE) ainda prepara as diretrizes nacionais.
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Desafios na implementação
A aplicação de políticas internas para o uso de modelos de IA generativa enfrenta obstáculos. Estudantes relatam incerteza sobre o limite entre apoio pedagógico e fraude.
Outro ponto é a diferença de infraestrutura entre instituições que dificultam a adoção em regiões com poucos recursos. Além disso, a falta de capacitação docente e preocupações com privacidade de dados ampliam os desafios.
O cenário no Brasil
No país, escolas privadas já testam modelos de IA para personalizar conteúdos ou automatizar correções, mas o acesso desigual limita a expansão.
O CNE trabalha em diretrizes para garantir o uso pedagógico, ético e seguro, com foco na mediação docente, privacidade e equidade.
Conclusão
O debate sobre políticas de uso de IA nas escolas deixou de ser opcional. Definir regras claras, formar professores capacitados e garantir transparência são passos importantes para garantir o uso seguro desta tecnologia em âmbito educativo.
Sem essas medidas, a tecnologia corre o risco de se tornar apenas um atalho para o plágio, em vez de ferramenta para transformar a educação.
Com informações de Associated Press, em reportagem para a Fast Company.
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