IA pode ajudar humanos a “falar” com seus pets, diz novo estudo

Novo projeto quer tornar a comunicação entre os humanos e os animais uma realidade

Créditos: Deagreez/ cyano66/ Getty Images

Guynever Maropo 1 minutos de leitura

Para tutores que buscam compreender melhor os comportamentos de seus pets, a ciência pode oferecer novos caminhos por meio da inteligência artificial. A London School of Economics and Political Science (LSE) anunciou a criação do Jeremy Coller Centre for Animal Sentience, o primeiro centro científico dedicado a pesquisas empíricas sobre a consciência de animais.

O centro inicia suas atividades em 30 de setembro, com o objetivo de investigar desde animais domésticos até espécies evolutivamente distantes dos humanos, como insetos, caranguejos e sépias.

Com um orçamento inicial de £4 milhões (cerca de R$ 30 milhões), a instituição reunirá especialistas de áreas como neurociência, filosofia, veterinária, direito, biologia evolutiva, ciência comportamental, ciência da computação, economia e inteligência artificial.

Entre os projetos, um dos mais ambiciosos busca desenvolver formas de comunicação entre humanos e seus animais, além de examinar os riscos associados ao uso de IA nesse contexto.

Segundo o professor Jonathan Birch, diretor do centro, a personalização excessiva das respostas geradas por IA pode levar a interpretações equivocadas sobre o bem-estar dos pets, especialmente se os sistemas responderem com base no que os donos desejam ouvir, e não na realidade emocional dos animais.

Birch também alerta para a ausência de regulamentação quanto ao uso de IA em contextos como carros autônomos e agricultura automatizada. Ele destaca a necessidade de refletir sobre o papel do cuidado com os animais nesses sistemas e defende o estabelecimento de limites éticos claros.

Cão e gato correndo
Crédito:Freepik

O centro vai trabalhar com organizações não governamentais para criar diretrizes reconhecidas globalmente. Jeff Sebo, da Universidade de Nova York, destacou a urgência de se compreender melhor o impacto humano sobre as demais espécies e reforçou que a sensibilidade animal segue sendo um dos grandes temas negligenciados pela sociedade.

Jeremy Coller, patrocinador da iniciativa, afirmou que a compreensão emocional e de comunicação dos animais é essencial para a superação de práticas especistas. Ele comparou o potencial da IA nesse campo ao impacto da Pedra de Roseta para a decifração dos hieróglifos.

Com uma proposta interdisciplinar e inovadora, o centro aposta no uso da inteligência artificial como uma ferramenta para transformar a forma como a sociedade percebe, compreende e interage com os pets.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais