IA pode salvar ou agravar a crise climática? Alerta da ONU acende debate
Tecnologia avança no combate às mudanças climáticas, mas especialistas alertam para riscos; entenda

O uso da Inteligência Artificial (IA) está ganhando espaço no combate à crise climática, mas precisa de regras claras para evitar riscos.
O alerta foi feito por Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, durante evento paralelo à Assembleia Geral em Nova York.
Segundo o The Guardian, governos devem agir diante do aumento do consumo de energia em grandes data centers, ao mesmo tempo, em que aproveitam os avanços tecnológicos para reduzir emissões de carbono.
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Aplicações e preocupações
A tecnologia já auxilia em setores como gestão de microrredes, mapeamento de riscos climáticos e diplomacia ambiental. Também está presente no desenvolvimento de processos industriais menos poluentes.
Stiell ressaltou que, aplicada corretamente, a Inteligência Artificial pode liberar a capacidade humana em vez de substituí-la. No entanto, alertou que os benefícios ainda não chegam igualmente a todos, já que o crescimento da economia de baixo carbono continua desigual.
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Economia e desafios globais
Dados do Acelerador de Transição Industrial mostram que mais de 700 projetos de baixo carbono estão em desenvolvimento, mas apenas 15 por ano recebem financiamento suficiente para avançar. O potencial de investimento chega a US$ 1,6 trilhão.
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Apesar de reconhecer avanços, Stiell afirmou que os impactos da crise climática estão se intensificando. Ele defendeu compromissos mais ambiciosos na Cop30, que será realizada no Brasil em novembro.
Para ele, a cooperação internacional é essencial para transformar o potencial da Inteligência Artificial em resultados concretos.