IA vence humanos em debates e acende alerta importante; entenda

Confira como a IA pode ajudar em debates e adaptar discursos

Homem e robô conversando
Nos casos em que a IA recebeu informações pessoais do oponente como idade, gênero, etnia e filiação política, seu desempenho foi ainda mais eficaz. Créditos: Freepik.

Guynever Maropo 1 minutos de leitura

Um estudo publicado na revista Nature Human Behaviour mostrou que a Inteligência Artificial é capaz de ser tão ou mais persuasiva que seres humanos em debates. Os resultados acendem preocupações sobre o uso dessas tecnologias para influenciar opiniões, especialmente em contextos eleitorais.

Pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne testaram a eficácia do ChatGPT-4 em convencer participantes durante discussões online. No experimento, 300 pessoas debateram com humanos e outras 300 com o modelo de IA, com informações do The Guardian.

Os temas iam de uniformes escolares à legalização do aborto. Os participantes não sabiam com quem estavam debatendo e receberam, aleatoriamente, um posicionamento a defender.

Nos casos em que a IA recebeu informações pessoais do oponente, como idade, gênero, etnia e filiação política, seu desempenho foi ainda mais eficaz. A Inteligência Artificial conseguiu mudar a opinião dos debatedores humanos em 64% das situações, superando os adversários humanos.

A pesquisa concluiu que a IA se mostrou mais eficaz principalmente em temas sobre os quais os participantes não tinham opiniões firmes. Um dos fatores que contribuíram para esse resultado foi a capacidade da tecnologia de adaptar os argumentos com base no perfil do interlocutor.

Especialistas alertam para os riscos de manipulação em massa, especialmente se essas ferramentas forem utilizadas por agentes mal-intencionados. A dificuldade de rastrear e regular esse tipo de influência aumenta o potencial de danos, principalmente em ambientes digitais e redes sociais.

Apesar disso, os autores destacam que a IA persuasiva também pode ter aplicações positivas, como a promoção de hábitos saudáveis ou a redução da polarização política. Ainda assim, o estudo reacende o debate sobre os limites éticos do uso da Inteligência Artificial na formação de opinião pública.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais