Médicos ou algoritmos? IA da Microsoft entra na disputa pelo futuro da saúde

Confira como a IA da Microsoft atuará na área médica

Créditos: Rewat Sombat/ peshkov/ Getty Images/ Freepik

Guynever Maropo 1 minutos de leitura

A Microsoft revelou um sistema de Inteligência Artificial (IA) com desempenho superior ao de médicos em diagnósticos de saúde considerados complexos, segundo a empresa. O anúncio marca um avanço em direção à chamada “superinteligência médica”, conceito que envolve IAs com capacidade superior à humana em áreas específicas.

Segundo o The Guardian, a divisão de IA da empresa, liderada por Mustafa Suleyman, criou um sistema que simula um painel de médicos especialistas diante de casos de alta complexidade. A abordagem, combinada com o modelo O3 da OpenAI, obteve sucesso em mais de 80% dos diagnósticos realizados a partir de estudos do New England Journal of Medicine (NEJM). Médicos humanos, sem apoio de materiais ou colegas, acertaram apenas 20% dos mesmos casos.

O sistema utiliza um “orquestrador de diagnóstico”, uma IA que determina os exames a serem solicitados e formula hipóteses clínicas. A Microsoft afirmou que sua IA se mostrou mais eficiente na solicitação de exames, o que representa potencial redução de custos. Apesar disso, a empresa reforçou que a tecnologia deve complementar, e não substituir os profissionais da saúde.

A companhia transformou mais de 300 estudos do NEJM em desafios interativos para testar a abordagem. A IA usada na pesquisa também se baseou em modelos desenvolvidos por empresas como Meta, Anthropic, Grok (de Elon Musk) e Gemini (do Google). Para a Microsoft, o sistema demonstrou capacidade de raciocínio multidisciplinar superior à de médicos individuais, com potencial para remodelar o suporte à decisão clínica.

Suleyman declarou que os sistemas poderão operar com precisão quase total dentro de cinco a dez anos. A Microsoft também defendeu que o uso de testes como o Exame de Licenciamento Médico dos EUA pode superestimar a competência de modelos de IA, por priorizarem memorização em vez de raciocínio clínico aprofundado.

Apesar do avanço, a Microsoft reconheceu que o sistema ainda não está pronto para uso clínico. Novos testes serão necessários para avaliar sua aplicação em sintomas mais comuns.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais