Nova ferramenta da Cloudflare impõe regras e preço para rastreadores de IA

Nova medida busca equilibrar inovação em IA com proteção ao conteúdo original

Dedo da mão do robô, gráficos de tecnologia de fundo de IA
A empresa também passou a colaborar com desenvolvedores de IA para garantir maior transparência. Créditos: Freepik.

Guynever Maropo 1 minutos de leitura

A Cloudflare, provedora global de infraestrutura de internet, passou a bloquear por padrão rastreadores de Inteligência Artificial (IA) que acessam conteúdos online sem autorização ou compensação. A medida foi anunciada na última terça-feira (24) e marca o início de uma política mais rígida para proteger os direitos de editores e criadores.

Segundo o The Verge, a empresa também lançou o programa Pay Per Crawl, que permite a alguns editores estipularem um valor para que bots de IA acessem seu conteúdo. As empresas interessadas poderão visualizar os preços e decidir se desejam aderir ao sistema de pagamento. Inicialmente, a funcionalidade está disponível para um grupo restrito de grandes criadores e veículos de mídia.

Desde 2023, a Cloudflare oferece mecanismos para bloquear rastreadores de IA com base no arquivo robots.txt, mas essa limitação era aplicada apenas a bots que respeitavam essas diretrizes. Em 2024, a empresa ampliou o bloqueio para todos os rastreadores conhecidos, independentemente da adesão ao robots.txt. Agora, a função vem ativada por padrão para novos domínios registrados na plataforma. A identificação dos bots ocorre por meio de uma base interna de rastreadores de IA catalogados.

Além disso, a Cloudflare criou o recurso “Labirinto de IA”, que redireciona bots para caminhos sem saída, dificultando a extração de dados sem consentimento. A empresa também passou a colaborar com desenvolvedores de IA para garantir maior transparência, os bots precisam declarar se os dados coletados serão usados para treinamento, inferência ou pesquisa. Assim, os proprietários dos sites poderão escolher quais rastreadores desejam autorizar.

Grandes veículos como The Associated Press, The Atlantic, Fortune, Stack Overflow e Quora já adotaram as novas proteções da Cloudflare. As medidas surgem em um cenário em que usuários passam a consumir informações diretamente por meio de chatbots, reduzindo o tráfego orgânico em sites de conteúdo.

O CEO Matthew Prince afirmou que a confiança crescente nos sistemas de IA tem afastado leitores do conteúdo original. Para ele, é necessário devolver o controle aos criadores, sem impedir o avanço tecnológico.

A Cloudflare reforça que continuará desenvolvendo soluções que protejam criadores e, ao mesmo tempo, permitam que empresas de IA inovem com responsabilidade.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais