O jeito errado de usar IA no trabalho que pode estar te prejudicando no dia a dia

Estudo mostra como corrigir o erro no dia a dia profissional; veja detalhes

Pessoa usando IA
A automação total, defendida por algumas startups, pode não ser o caminho mais eficiente. Créditos:Freepik.

Guynever Maropo 3 minutos de leitura

Em 2025, as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) avançaram rapidamente e passaram a integrar a rotina de milhões de profissionais. A tecnologia se popularizou como promessa de eficiência, economia de tempo e aumento de produtividade.

No entanto, segundo levantamento do Goldman Sachs, apenas 14% das grandes empresas usam Inteligência Artificial de forma realmente significativa. O dado revela um descompasso entre expectativa e impacto real.

O motivo desse abismo não está na tecnologia em si, mas na forma como ela vem sendo utilizada no ambiente de trabalho.

O jeito errado de usar IA

Um estudo da Universidade de Stanford identificou que muitas empresas aplicam Inteligência Artificial exatamente onde ela menos ajuda. Em vez de resolver problemas reais, a tecnologia acaba sendo direcionada para tarefas equivocadas.

A pesquisa analisou o uso de ferramentas de IA em 104 profissões diferentes e ouviu 1,5 mil trabalhadores. O objetivo foi entender o que os profissionais gostariam de automatizar e o que preferem manter sob controle humano.

O resultado é claro. A maioria das empresas concentra esforços em atividades que os trabalhadores não querem delegar ou que a Inteligência Artificial ainda não executa bem.

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Segundo o estudo, 41% das ferramentas atuais atuam em tarefas que os profissionais preferem fazer sozinhos ou nas quais não veem utilidade para a tecnologia. É o caso de decisões estratégicas, criação criativa e julgamentos complexos.

Outras soluções focam atividades que a Inteligência Artificial ainda não domina totalmente, como elaboração de orçamentos detalhados ou desenvolvimento de ideias iniciais. O resultado costuma ser retrabalho e frustração.

Enquanto isso, tarefas operacionais e repetitivas seguem pouco exploradas. São justamente elas que mais consomem tempo e energia no dia a dia dos profissionais.

Esse desalinhamento cria uma falsa percepção de que a Inteligência Artificial não funciona. Na prática, o problema está na escolha errada do que automatizar.

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O que as pessoas realmente querem da IA

O estudo de Stanford mostra que os trabalhadores não esperam ser substituídos. Eles querem apoio.

Segundo os dados, 69,4% os profissionais desejam que a Inteligência Artificial libere tempo para atividades de maior valor. Outros 46,6$ gostariam que ela assumisse tarefas repetitivas.

Atividades como organizar agendas, revisar registros e preencher planilhas aparecem entre as mais citadas. São funções essenciais, mas pouco estratégicas.

A lógica é simples. A tecnologia deve cuidar do trabalho mecânico, enquanto as pessoas se concentram no que exige criatividade, análise e tomada de decisão.

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Como usar IA do jeito certo

O uso mais eficiente da Inteligência Artificial começa com uma mudança de mentalidade. A tecnologia gera mais impacto quando automatiza partes específicas do trabalho, não quando tenta substituir todo o processo.

Empresas e profissionais que buscam automação total tendem a se frustrar. Já quem usa a IA como parceira consegue ganhos reais de produtividade.

O estudo indica que modelos híbridos funcionam melhor. A Inteligência Artificial executa tarefas repetitivas e analíticas, enquanto o controle humano garante qualidade e contexto.

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Ao focar no problema certo, a tecnologia deixa de ser promessa e passa a ser ferramenta prática. O erro não está em usar Inteligência Artificial, mas em usá la do jeito errado.

Com informações de Thomas Smith em reportagem da Fast Company.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais