Tráfego perdido: a era do “zero clique” pode tornar seu site irrelevante
A verdadeira oportunidade não está em recuperar o tráfego perdido, mas em aparecer mais cedo, com mais frequência e nos lugares certos

A inteligência artificial não está apenas remodelando o tráfego da web; ela está redefinindo como os usuários descobrem e avaliam soluções.
Enquanto empresas ainda discutem os elementos que ficarão em destaque ou o design da página de preços, os consumidores já estão um passo adiante. A IA os encontra mais cedo, respondendo perguntas antes mesmo de eles clicarem em um site.
A verdadeira oportunidade não está em recuperar o tráfego perdido, mas em aparecer mais cedo, com mais frequência e nos lugares certos.
Três sinais de que o seu site está se tornando irrelevante:
1. A IA está substituindo o tráfego web por respostas antecipadas
2. A visibilidade agora acontece fora do seu site (em fóruns, vídeos, resenhas)
3. O conteúdo precisa servir tanto a humanos quanto a máquinas para continuar relevante
A IA ESTÁ MUDANDO O SEO
O Google IA Overviews já chega a mais usuários, oferecendo respostas mais completas no topo da busca. Segundo o Pew Research Center, em 2025 quase 60% dos usuários nos EUA receberam respostas geradas por IA diretamente nos resultados. Para muitas consultas, o usuário já obtém o resumo e a fonte, sem precisar clicar.
Um exemplo: um profissional de marketing viu o tráfego de seu blog cair de 2,4 mil para menos de 800 cliques por dia, mesmo com o mesmo número de impressões. O motivo? O Google resumiu a resposta, deu crédito à fonte e seguiu em frente.
Você agora está alimentando a máquina que alimenta as pessoas.
Isso já não é exceção. Dados recentes da SparkToro apontam que as chamadas “buscas de clique zero” representam 58,5% das pesquisas nos EUA. Isso não significa o fim da visibilidade, mas sim que a primeira impressão do usuário acontece fora do seu site. Spoiler: sempre foi assim — a diferença é que agora é possível medir.
Este é o momento de repensar o que significa ter visibilidade na era da IA. Para quem busca uma estratégia de SEO adaptada ao novo cenário, aqui estão seis passos práticos:
1. Meça como se sua marca dependesse disso
Não dá para consertar o que não se mede. O Google Search Console já separa impressões e cliques do IA Overviews. É preciso rastrear:
- Consultas que antes tinham alta taxa de cliques e agora estagnaram.
- Tipos de conteúdo mais impactados (guias, FAQs, comparativos).
- Termos de marca X genéricos (dica: os de marca resistem melhor).
2. Escreva para robôs e humanos
Nova regra: o conteúdo deve responder à pergunta antes de ela ser feita. Os textos que melhor aparecem nos resumos da IA têm estrutura clara, fontes especializadas e linguagem direta.
- Use schema markup (FAQ, Como, Produto).
- Formate subtítulos como perguntas reais.
- Cite nomes, ferramentas e dados concretos.
Páginas com dados estruturados têm 40% mais chances de aparecer nos resumos de IA.
3. Proteger, adaptar e promover
Para se manter relevante no mundo “AI-first”:
- Proteger: audite as páginas que mais geram receita. Se perderam tráfego, atualize com insights originais e mais valor agregado.
- Adaptar: transforme posts genéricos em conteúdos assinados ou de especialistas. Menos “institucional”, mais “contribuição real”.
- Promover: a IA não vai divulgar seu post. É preciso impulsionar via e-mail, redes sociais, vídeos e parcerias.
4. Apareça onde a IA vai buscar informações
Modelos no estilo GPT alimentam-se de Reddit, Quora, G2, blogs de analistas e até comentários do YouTube. Se sua marca não está nesses espaços, a IA simplesmente assume que você não existe.
Mais: especialistas dizem que compradores já usam IA para pré-selecionar fornecedores antes de falar com vendas. Se o preço não está claro no seu site, o Reddit vai esclarecer por você.
5. Vídeos valem mais na busca por IA
Links do YouTube já aparecem nos resumos do Google. A empresa testa até carrosséis de vídeo para buscas B2B. O TikTok segue em alta como mecanismo de busca da geração Z e 39% dos adultos abaixo de 30 anos nos EUA dizem obter notícias na plataforma.
Moral da história: se você não está produzindo vídeos explicativos, tutoriais ou clipes de formação de opinião, está entregando o tráfego para concorrentes.
6. Trate a IA como assistente de pesquisa do usuário
Quando alguém pergunta à IA “qual é o CRM mais fácil para uma pequena agência?”, a resposta é montada com informações de resenhas, fóruns, páginas de preços e posts de blog. Se a sua voz não aparece nesses canais, você simplesmente não entra na lista. O usuário não busca mais no Google, ele pergunta para a IA.
Você não está mais escrevendo apenas para pessoas. Está alimentando a máquina que alimenta as pessoas. Ignorar essa mudança é correr o risco de se tornar o próximo GeoCities: um pedaço da internet que os robôs aprenderam a ignorar.