Você já ouviu falar em “clanker”? Entenda o novo insulto da era da IA
A gíria popularizada nas redes sociais mostra como a cultura digital transforma críticas à tecnologia

Na era da Inteligência Artificial (IA), um novo termo pejorativo ganhou força nas redes sociais e em protestos. A palavra “clanker” usada para se referir a robôs, chatbots e sistemas automatizados, se tornou uma forma popular de expressar frustração com as falhas e impactos da tecnologia no cotidiano.
Apesar de pouco conhecido, o termo não é novo. Ele surgiu na série de animação "Star Wars: The Clone Wars", em referência a robôs de combate. Anos depois, voltou a circular na internet como apelido depreciativo para máquinas e programas de IA.
Usuários do TikTok, Instagram e X (antigo Twitter) ajudaram a popularizar a palavra, que já acumula centenas de milhões de visualizações em memes e postagens.
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Da ficção à realidade
O uso de “clanker” ganhou destaque também em protestos contra a automação e os riscos da IA.
Em cidades como São Francisco, nos Estados Unidos, e Londres, na Inglaterra, manifestantes adotaram o termo como um grito de resistência contra os robôs e a substituição de empregos humanos por máquinas.
Nos Estados Unidos, o senador Ruben Gallego chegou a empregar a expressão ao defender um projeto de lei sobre a regulamentação de chatbots em atendimentos ao consumidor.
Reação cultural e social
Apesar do tom de humor presente em muitos vídeos virais, o termo reflete preocupações reais com a automação, a dependência de chatbots e a qualidade das respostas de sistemas de IA.
Para parte dos usuários, chamar uma máquina de “clanker” funciona como desabafo diante das falhas tecnológicas.
Por outro lado, críticos destacam que a palavra pode reproduzir dinâmicas de linguagem ofensiva antes dirigidas a minorias, o que abre um debate ético sobre a forma como a sociedade escolhe insultar até mesmo máquinas.
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Reflexo da relação com a IA
Conteúdos sobre “clankers” frequentemente retratam cenários distópicos, em que robôs convivem com humanos como cidadãos de segunda classe. Esses enredos reforçam tanto o fascínio quanto o medo em torno da inteligência artificial.
Assim como “torradeira”, em "Battlestar Galactica", ou “skinjobs”, em "Blade Runner", o termo reflete a tentativa cultural de lidar com a expansão da tecnologia por meio de ironia e desconfiança.
Além de uma gíria passageira, “clanker” tem se tornado uma mistura de humor, crítica e ansiedade que define a relação da sociedade com a inteligência artificial.
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