Você já ouviu falar em “clanker”? Entenda o novo insulto da era da IA

A gíria popularizada nas redes sociais mostra como a cultura digital transforma críticas à tecnologia

Créditos: paseven/ piranka/ Getty Images

Gabriel Nassif 2 minutos de leitura

Na era da Inteligência Artificial (IA), um novo termo pejorativo ganhou força nas redes sociais e em protestos. A palavra “clanker” usada para se referir a robôs, chatbots e sistemas automatizados, se tornou uma forma popular de expressar frustração com as falhas e impactos da tecnologia no cotidiano.

Apesar de pouco conhecido, o termo não é novo. Ele surgiu na série de animação "Star Wars: The Clone Wars", em referência a robôs de combate. Anos depois, voltou a circular na internet como apelido depreciativo para máquinas e programas de IA.

Usuários do TikTok, Instagram e X (antigo Twitter) ajudaram a popularizar a palavra, que já acumula centenas de milhões de visualizações em memes e postagens.

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Da ficção à realidade

O uso de “clanker” ganhou destaque também em protestos contra a automação e os riscos da IA. 

Em cidades como São Francisco, nos Estados Unidos, e Londres, na Inglaterra, manifestantes adotaram o termo como um grito de resistência contra os robôs e a substituição de empregos humanos por máquinas.

Nos Estados Unidos, o senador Ruben Gallego chegou a empregar a expressão ao defender um projeto de lei sobre a regulamentação de chatbots em atendimentos ao consumidor.

Reação cultural e social

Apesar do tom de humor presente em muitos vídeos virais, o termo reflete preocupações reais com a automação, a dependência de chatbots e a qualidade das respostas de sistemas de IA.

Para parte dos usuários, chamar uma máquina de “clanker” funciona como desabafo diante das falhas tecnológicas.

Por outro lado, críticos destacam que a palavra pode reproduzir dinâmicas de linguagem ofensiva antes dirigidas a minorias, o que abre um debate ético sobre a forma como a sociedade escolhe insultar até mesmo máquinas.

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Reflexo da relação com a IA

Conteúdos sobre “clankers” frequentemente retratam cenários distópicos, em que robôs convivem com humanos como cidadãos de segunda classe. Esses enredos reforçam tanto o fascínio quanto o medo em torno da inteligência artificial.

Assim como “torradeira”, em "Battlestar Galactica", ou “skinjobs”, em "Blade Runner", o termo reflete a tentativa cultural de lidar com a expansão da tecnologia por meio de ironia e desconfiança.

Além de uma gíria passageira, “clanker” tem se tornado uma mistura de humor, crítica e ansiedade que define a relação da sociedade com a inteligência artificial.

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SOBRE O AUTOR

Jornalista, com experiência em produção de matérias e conteúdos multiplataforma. Atuou em veículos independentes e comunitários, além ... saiba mais