13 livros essenciais para entender a desigualdade social no Brasil
Confira essa seleção de obras que ajudam a entender como o Brasil se tornou um dos países mais desiguais do mundo

A desigualdade social no Brasil é uma das mais elevadas do mundo e reflete um histórico de concentração de poder, renda e oportunidades. Entender esse cenário é essencial para compreender os desafios do país em diversas áreas, da educação à economia.
Nos livros que tratam do tema, pesquisadores e pensadores apresentam análises profundas sobre as causas estruturais da desigualdade, seus impactos e as possíveis soluções para reduzir as disparidades. São obras que unem reflexão acadêmica, dados históricos e debates atuais sobre raça, gênero e classe.
Essas leituras ajudam a enxergar a desigualdade não apenas como um problema social, mas como um fator decisivo para o desenvolvimento do país.
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Confira uma lista de livros sobre desigualdade social
1. Uma história da desigualdade: a concentração de renda entre os ricos no Brasil (1926-2013) – Pedro H. G. Ferreira de Souza
A obra analisa a concentração de renda entre os mais ricos no último século, com base em dados do imposto de renda e estudos internacionais. O autor mostra como os ciclos políticos moldaram os avanços e retrocessos da desigualdade no Brasil. Publicado pela Editora Hucitec em 2018.
2. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil – Sueli Carneiro
A autora reúne artigos escritos entre 2001 e 2010, discutindo como o racismo e o sexismo estruturam as relações sociais e políticas no país. Fundadora do Geledés, Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro propõe reflexões sobre o papel do feminismo negro no enfrentamento da desigualdade. Publicado em 2015 pelo Selo Negro Edições.
3. Direitos sociais, desigualdade e democracia: o resgate do protagonismo social em um contexto de mercadorização da vida – Marcus Firmino Santiago
O autor analisa o papel do Estado, da democracia e dos direitos sociais diante do aumento das desigualdades. A obra reflete sobre o impacto da pandemia e a importância de políticas públicas para restaurar a coesão social. Publicada em 2021 pela Juruá Editora.
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4. Raízes do Brasil – Sérgio Buarque de Holanda
Clássico de 1936, o livro discute as origens da formação social e política brasileira, explorando as bases da desigualdade estrutural. Holanda mostra como a herança colonial e o poder concentrado nas elites criaram uma sociedade excludente e hierárquica.
5. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil – Darcy Ribeiro
Em uma análise profunda da identidade nacional, Darcy Ribeiro explica como a colonização e a escravidão moldaram a desigualdade no país. O autor aborda a miscigenação e os conflitos culturais que resultaram em uma estrutura social marcada por privilégios e exclusão.
6. O capital no século XXI – Thomas Piketty
Com base em dados históricos, o economista francês analisa a concentração de riqueza e renda no mundo. Piketty demonstra que o retorno do capital tende a crescer mais do que a renda do trabalho, aprofundando a desigualdade global. Defende impostos progressivos e políticas redistributivas como caminhos para reequilíbrio econômico.
7. Brasil: uma biografia – Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling
As autoras traçam um panorama histórico do país desde o período colonial até o século XXI. A obra destaca como a escravidão, as políticas econômicas e as decisões políticas perpetuaram a desigualdade social. Publicada em 2015 pela Companhia das Letras.
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8. Lugar de negro – Lélia Gonzalez e Carlos Hasenbalg
Publicado pela Companhia das Letras em 2022, o livro examina as desigualdades de classe, raça e gênero no Brasil. Lélia Gonzalez reflete sobre o papel social do negro e a necessidade de estratégias políticas para enfrentar o racismo. Hasenbalg apresenta dados sobre a realidade demográfica da população negra e as barreiras que impedem sua ascensão social.
9. Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos – Marta Arretche (org.)
Baseada em dados censitários entre 1960 e 2010, a obra analisa as transformações sociais e políticas no país. Os estudos mostram avanços em áreas como educação e renda, mas ressaltam que o Brasil segue entre os países mais desiguais do mundo. Publicada pela Editora da Unesp em 2015.
10. Mudanças nas famílias brasileiras (1976–2012): uma perspectiva de classe e gênero – Nathalie Reis Itaboraí
A autora analisa as transformações nas relações familiares nas últimas décadas, observando a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho e seu impacto nas desigualdades de classe e gênero. Publicado pela Garamond em 2017, o livro mostra como as políticas redistributivas afetaram as estruturas familiares brasileiras.
11. Desigualdade: o que pode ser feito? – Anthony B. Atkinson
O economista britânico apresenta soluções práticas para enfrentar a desigualdade, como impostos progressivos, educação inclusiva e fortalecimento das políticas sociais. Lançado em 2016, o livro defende que a redução das disparidades é possível com vontade política e cooperação internacional.
12. Lugar de fala – Djamila Ribeiro
A autora analisa o racismo e o sexismo sob a perspectiva das mulheres negras, destacando a importância da representatividade e da escuta ativa. Publicado em 2019, o livro propõe uma reflexão sobre como dar voz e visibilidade aos grupos historicamente silenciados.
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