36 países que têm mais árvores hoje do que há 20 anos
O mundo perdeu imensas áreas de floresta nas últimas duas décadas, mas nações como Índia e China foram na contramão desse movimento
Desde o início do terceiro milênio, o mundo vem perdendo áreas de florestas que, no total, ultrapassam os 100 milhões de hectares, o que dá mais de duas vezes e meia o tamanho da Califórnia.
Mas há também boas notícias – e lições para o futuro. O desmatamento não foi indiscriminado, pois 36 países, de fato, contam hoje com mais árvores do que no ano 2000.
Lugares como Bangladesh, China, Dinamarca, Irlanda e Uruguai têm um saldo líquido positivo em termos de cobertura florestal, de acordo com novos dados levantados por pesquisadores da Universidade de Maryland e da ONG World Resources Institute (Instituto de Recursos Mundiais).
“Os novos dados são fundamentais, pois agora temos o cenário completo das mudanças na cobertura florestal”, afirma Katie Reytar, pesquisadora do WRI. “Por muito tempo ficamos olhando apenas para o desmatamento, isoladamente, e fazendo o melhor possível para detectar ganhos pontuais”, reconhece.
Segundo ela, o mais importante é entender o equilíbrio entre as duas coisas e ter uma visão completa do que está acontecendo. “É possível reflorestar uma área significativa, de um lado, mas retirar toda a floresta primária em outra região, então, não há como olhar as coisas separadamente.”
agora temos o cenário completo das mudanças na cobertura florestal.
Árvores plantadas recentemente ainda não aparecem no levantamento, já que elas precisam ter ao menos cinco metros para serem detectadas e pode demorar 10 anos ou mais para que atinjam essa altura.
Isso significa que o progresso em alguns grandes projetos, como o AFR 100 (iniciativa para restaurar 100 milhões de hectares de florestas na África até 2030), ainda não foram mapeados.
O próximo passo é descobrir por que alguns países estão ampliando suas florestas. Em alguns casos, isso é fruto de políticas de reflorestamento, mas, em outros, as árvores estão crescendo em plantações, o que não é a mesma coisa do que florescer em uma área de mata recuperada.
Os pesquisadores também vão começar a calcular quanto carbono essas árvores estão estocando. Os novos dados incluem o peso de cada planta, assim, pode-se estimar sua quantidade de biomassa.