5 perguntas para Fernanda Spinardi, da Amazon Web Services

Crédito: Fast Company Brasil

Claudia Penteado 5 minutos de leitura

Fernanda Spinardi chegou à Amazon Web Services (AWS) em 2018, onde lidera a área de arquitetura de soluções para o setor público no Brasil, ajudando clientes de órgãos governamentais, instituições de saúde e ensino em suas jornadas de inovação e adoção da nuvem. Também é embaixadora de programas de desenvolvimento de jovens talentos para posições técnicas, como o AWS SA Internship e AWS SA TechU, e do programa de Inclusão, Diversidade e Equidade da Amazon no Brasil. Casada, mãe de dois filhos, Fernanda se define como caseira e “família”, mas reconhece que os desafios do trabalho trazem maiores possibilidades de ser uma boa mãe. Falamos sobre isso e também sobre  inovação, sustentabilidade, diversidade, empatia, liderança e a importância de construir pontes.

O que é inovação para você?

Normalmente pensamos em inovação como aquilo que nunca foi feito antes, o que traz a responsabilidade de ser algo grande, que ninguém nunca pensou. Gosto de pensar em inovação sob o ponto de vista da simplicidade também. Inovar pode ser fazer algo de forma diferente, nova, e que simplifique a experiência das pessoas. Isso está muito relacionado ao princípio de liderança da Amazon, “Inventar e Simplificar”A inovação permite que o usuário transforme sua maneira de viver, de trabalhar, de se divertir. Vamos olhar para a Netflix, que criou uma forma inovadora de consumir conteúdo. Ou para a mobilidade urbana: os jovens não têm mais pressa em tirar a carteira de habilitação porque diferentes aplicativos oferecem muitas opções para se movimentar pela cidade. Então inovação, para mim, é o que transforma e simplifica nosso dia a dia e nossa vida.  

Qual a sua ideia de qualidade de vida?

Está muito associada à minha família, a quanto consigo estar com eles. Sou caseira, meu programa preferido é um fim de semana com o marido e os filhos na casa dos meus pais no interior de São Paulo. Ao mesmo tempo, amo meu trabalho. Sempre tive muito claro que eu seria uma mãe melhor por ser também uma profissional. Para mim, essa harmonia é fundamental para alcançar qualidade de vida. Quando estou no trabalho desenvolvendo novas ideias, ajudando clientes a transformar as vidas das pessoas, isso me dá mais energia, inclusive para a minha vida pessoal. O contrário também acontece. Por exemplo, participar de perto da conquista do meu filho, que aprendeu a ler durante a pandemia, traz estímulo para continuar ajudando os clientes de educação a inovar. A tecnologia trouxe esta oportunidade, mudou a vida do meu filho e vai seguir impactando a vida de tantas outras crianças. Esta harmonia, que permite me sentir realizada nos diferentes papéis que tenho é, para mim, viver com qualidade. 

O que o conceito de sustentabilidade representa para você?

Podemos pensar em sustentabilidade sob o ponto de vista do planeta, mudanças climáticas, de como nosso impacto se reflete na Terra. Podemos olhar para o lado humano, sobre como criamos mecanismos e oportunidades para que todos possam viver bem como parte da sociedade. Ou ainda, como trazer a representatividade da comunidade para o ambiente corporativo, promovendo um ambiente seguro e inclusivo. 

Tenho me envolvido mais com duas destas frentes. Há uma preocupação global, na AWS, em estar próxima de organizações que atuam na resposta a desastres e acidentes. Eles têm se tornado cada vez mais recorrentes, e acredito que a tecnologia  tem um papel fundamental para prevenir, diminuir o impacto ou, quando inevitável, ajudar a  reparar os danos.

 O AWS Disaster Response Program por exemplo,  pode ajudar na arquitetura de um plano de continuidade de negócios, na criação de um call center virtual ou na análise mais rápida de dados geoespaciais para avaliar danos, entre outras possibilidades. Quando o furacão Florence causou destruição em 2018 nos estados da Carolina do Norte e do Sul, nos Estados Unidos, a Cruz Vermelha contou com esse suporte para criar um call center virtual em poucas horas. 

 Quanto à diversidade – no sentido amplo, de gênero, raça, contexto social, idade, habilidade física ou neurológica – temos trabalhado em formas de tornar nosso ambiente mais representativo e inclusivo. Faz parte de um compromisso global oferecer, gratuitamente, treinamentos em computação em nuvem para 29 milhões de pessoas em todo o mundo até 2025. Alguns desses programas não exigem conhecimento prévio em tecnologia e são ideais para que a gente possa dar oportunidade a mais pessoas de se inserir, ou se manter, no mercado de trabalho em uma área que demanda mais profissionais do que as instituições de ensino conseguem formar.

Qual a habilidade mais importante para um líder, hoje, na sua visão?

Empatia. Um líder é tão bom quanto o seu time. Logo, líderes precisam entender de pessoas. A empatia é fundamental para encontrar talentos, desenvolvê-los e construir um time capaz de alcançar ainda mais do que você, como líder, é capaz de prever.  Empatia para entender de onde as pessoas estão vindo e como você pode ajudá-las a se desenvolver, florescer, trazer ideias, sentir que têm um espaço seguro para se posicionar, sem medo de falhar ou de se expor. 

Qual o conselho mais importante que recebeu na vida?

Construa pontes, conecte-se com as pessoas. É como disse antes sobre liderança: você é tão bom quanto o seu time, quanto as pessoas que te cercam. É importante manter boas relações para que possa contribuir com as pessoas e para que elas possam contribuir com você. Por exemplo, no nosso grupo de diversidade e inclusão, não sou a responsável direta por tudo o que é desenvolvido. Todos trabalham de maneira conectada. Assim, construímos pontes para que a gente tenha um ambiente seguro para desenvolver ideias e chegar onde queremos. 


SOBRE A AUTORA

Claudia Penteado é editora chefe da Fast Company Brasil. saiba mais