As famosas luzes da Torre Eiffel vão começar a apagar mais cedo
Para economizar energia, a iluminação do monumento passará a ser desligada pouco antes da meia-noite
A Cidade Luz vai ficar um pouco menos brilhante por pelo menos uma hora a cada noite. Em um esforço para poupar energia em meio ao aumento dos custos de eletricidade, as luzes da Torre Eiffel serão desligadas mais cedo, às 23h45, em vez do horário habitual, à 1h da manhã. O novo horário entra em vigor nesta sexta-feira (dia 23).
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou a medida como parte do plano da cidade de economizar 10% de energia. Além do monumento, prédios municipais como a própria prefeitura também vão apagar as luzes mais cedo, às 22h. Prédios administrados pela municipalidade vão, gradualmente, diminuir a temperatura ambiente e o início do aquecimento para a temporada de inverno será postergado por um mês.
As medidas podem parecer modestas, mas, juntando tudo, a conta fica alta: prédios são responsáveis por cerca de 40% do consumo global de energia e por um terço das emissões de gases de efeito estufa, segundo a Agência Internacional de Energia. Uma parte significativa desse consumo é devida aos sistemas de aquecimento, resfriamento e iluminação.
No caso da torre, as luzes noturnas representam 4% do total da energia consumida ao ano, de acordo com a Societe d’Exploitation de la Tour Eiffel (entidade que administra o local). Melhorias foram implementadas para aumentar a eficiência energética, como a instalação de lâmpadas de LED.
Essas iniciativas são adotadas em meio ao aumento dos preços da energia não só na França, mas em toda a Europa. A Rússia, que no ano passado forneceu 40% do gás natural consumido na União Europeia, cortou o suprimento por causa da guerra na Ucrânia, causando um efeito cascata.
Na Alemanha, por exemplo, 55% do fornecimento de gás depende da Rússia. O país começou a comprar volumes maiores da Noruega, competindo com outros clientes, como a Grã-Bretanha, pelo produto.
A União Europeia anunciou planos de levantar mais de € 140 bilhões junto às empresas de energia (que lucram muito com a crise) para proteger os consumidores da disparada dos preços. Também está incentivando os países-membros a cortar a demanda de eletricidade em pelo menos 10% até março de 2023 (fim do inverno no hemisfério Norte).
Em paralelo às medidas tomadas na França, outros países estão adotando iniciativas para reduzir o uso de energia. Os monumentos na Alemanha também estão desligando as luzes mis cedo; na Holanda, o governo pede que as pessoas tomem banhos mais curtos; e a Espanha anunciou limitações ao uso de ar-condicionado.