Cada pergunta ao Gemini tem um custo ambiental; veja quanto
Números sobre consumo de energia e água em cada pergunta feita à IA generativa surpreendem

A Google revelou que cada pergunta feita ao Gemini, Inteligência Artificial (IA) generativa da plataforma, tem um custo ambiental que vai além da energia computacional.
Segundo relatório divulgado pela empresa, uma única consulta equivale ao consumo energético de assistir nove segundos de televisão, emite 0,03 gramas de dióxido de carbono e utiliza aproximadamente cinco gotas de água para resfriamento dos sistemas.
Transparência em foco
A divulgação ocorre em meio às crescentes preocupações globais sobre o impacto ambiental da Inteligência Artificial. Desde 2019, as emissões do Google aumentaram 51%, impulsionadas pela expansão dos data centers.
O relatório também mostra avanços em eficiência: em apenas um ano, a energia necessária para processar um prompt médio do Gemini caiu 33 vezes.
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Data centers sob pressão
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda elétrica dos data centers deve mais que dobrar até 2030, alcançando 945 terawatts-hora, volume superior ao consumo anual do Japão.
A organização Union of Concerned Scientists alerta que um único centro de dados dedicado à IA pode consumir eletricidade suficiente para abastecer 100 mil residências e utilizar tanta água quanto um grande bairro.
O uso da água para resfriamento também gera preocupação. De acordo com dados apurados pelo Wall Street Journal, a startup francesa Mistral AI estimou que a geração de uma única página de texto pelo modelo Mistral Large 2 consome 0,05 litro de água, o suficiente para cultivar um rabanete.
O papel do usuário
Pesquisadores apontam que a forma de interação com a IA influencia no consumo ambiental. Prompts curtos e objetivos, e modelos menores, reduzem significativamente o uso de energia e o gasto de água.
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Corrida por energia limpa
Para responder às pressões de sustentabilidade, a Google anunciou investimentos em energia geotérmica, hidrelétrica e em um projeto de reator nuclear avançado no Tennessee, em parceria com a Kairos Power.
Apesar das iniciativas, obstáculos políticos e regulatórios ainda dificultam a expansão dessas alternativas. Durante o governo Trump, empresas de tecnologia pressionaram contra cortes em subsídios à energia limpa.
Escala global, impacto coletivo
Embora o custo ambiental de uma única consulta seja considerado baixo, a Google reconhece que a escala global altera o cenário. A crescente adoção da IA reforça a necessidade de reduzir impactos e acelerar soluções sustentáveis.
O debate sobre o custo ambiental da inteligência artificial ainda está em fase inicial, mas já indica que eficiência energética e inovação sustentável serão fatores centrais para o futuro do setor.
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