A nova economia regenerativa: o futuro dos negócios é curar, não apenas sustentar

O desafio na nova economia regenerativa é transformar a forma como marcas se comunicam, conectam e influenciam as decisões de consumo

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Tomás Corrêa 2 minutos de leitura

Por muito tempo, acreditamos que sustentabilidade era o grande objetivo das empresas responsáveis. O discurso predominante girava em torno da necessidade de minimizar impactos, reduzir emissões e consumir menos recursos. Mas a verdade é que sustentar não basta.

Como podemos falar em "sustentabilidade" quando os ecossistemas já estão colapsando, a desigualdade social continua se aprofundando e a confiança nas marcas está em declínio? Agora, já não se trata mais de fazer menos mal. Trata-se de fazer melhor. E é aqui que entra a nova economia regenerativa.

A regeneração não é apenas um conceito ambiental, mas um novo paradigma que redefine a forma como as organizações se posicionam no mundo. Em vez de apenas mitigar danos, a abordagem regenerativa propõe criar valor positivo, restaurando ecossistemas, fortalecendo comunidades e reconstruindo relações de confiança com os consumidores. No marketing, essa mudança é essencial.

Marcas não operam no vácuo; elas moldam culturas, comportamentos e aspirações. O "brainprint" das campanhas – o impacto que deixam na sociedade – pode ser tão significativo quanto a pegada de carbono de um produto.

Portanto, o desafio na nova economia regenerativa não é apenas vender produtos sustentáveis, mas transformar a forma como marcas se comunicam, conectam e influenciam as decisões de consumo. Uma marca verdadeiramente regenerativa não apenas promove um produto ou serviço, mas educa, engaja e inspira mudanças reais.

Nesse contexto, o marketing tem um papel fundamental: mudar a narrativa do consumo. Por décadas, a publicidade reforçou a mentalidade do "compre mais, consuma mais".

A regeneração é um novo paradigma que redefine a forma como as organizações se posicionam no mundo.

Agora, a oportunidade está em criar campanhas que incentivem escolhas mais conscientes, que valorizem produtos de ciclo fechado, que resgatem saberes ancestrais e promovam a inovação biomimética. Em vez de vender um estilo de vida baseado na escassez, as empresas podem liderar um movimento de abundância regenerativa.

Entendo que a nova economia regenerativa não é só mais uma tendência passageira, e sim um novo modelo que redefine sucesso e relevância. As marcas que compreenderem essa mudança antes de suas concorrentes não apenas sobreviverão, mas se tornarão referências de mercado.

Afinal, em um mundo onde os consumidores buscam conexão, coerência e impacto positivo, a pergunta que cada empresa deve se fazer não é apenas "como vender mais?", mas "como podemos regenerar?". Porque o futuro do marketing não é apenas contar histórias. É criar futuros.


SOBRE O AUTOR

Tomás Corrêa é CCO da agência Felicidade Collective. saiba mais