Este robô pode dobrar a velocidade de construção de usinas de energia solar

Maximo foi projetado para acelerar a instalação de painéis solares

Maximo, robô da AES que instala painéis solares
Crédito: AES

Jesus Diaz 3 minutos de leitura

A demanda global por energia está crescendo mais rápido do que nunca, impulsionada pelo avanço da indústria e pela expansão dos centros de dados de inteligência artificial. No entanto, nossa capacidade atual de geração de energia não acompanha esse ritmo.

A situação é tão crítica que a Agência Internacional de Energia prevê que, nos próximos 10 anos, a instalação de painéis solares precisará triplicar. Para atingir essa meta, o setor vai precisar de quase o dobro da mão de obra disponível hoje.

O problema é que simplesmente não há trabalhadores suficientes para construir usinas solares e parques eólicos na velocidade necessária. É por isso que a empresa de energia AES desenvolveu o Maximo, um robô equipado com inteligência artificial que pode dobrar a velocidade da instalação de painéis solares.

Hoje, a construção de usinas de energia solar exige o transporte e a instalação de módulos pesados – cada um com mais de 27 quilos dimensões de aproximadamente 2 x 1 metros. É um trabalho repetitivo, demorado e com risco de acidentes. O Maximo (ou apenas “Max”, como foi apelidado) foi criado justamente para tornar essa tarefa mais rápida e segura.

Seu chassi retangular, com cantos arredondados, possui uma plataforma central com um braço robótico articulado que levanta e posiciona os painéis solares. Pequenos sensores espalhados por todo o seu corpo escaneiam o ambiente, permitindo que ele saiba exatamente onde está e onde cada painel deve ser instalado.

Segundo a AES, o Maximo é o primeiro robô de instalação de painéis solares comprovadamente eficiente no mercado. Embora a empresa ressalte que ele não foi criado para substituir trabalhadores humanos, essa substituição pode nem ser necessária, pois o setor enfrenta uma escassez extrema de mão de obra qualificada. Sem a ajuda de robôs como esse, seria impossível atender à demanda.

O projeto começou há dois anos. “Tivemos uma conversa inicial interessante sobre como aumentar a capacidade da energia solar e torná-la mais eficiente”, explica Yves Béhar, fundador e principal designer do estúdio Fuseproject. Com experiência em robótica e veículos elétricos, ele imediatamente se interessou pelo desafio.

COMO O ROBÔ ATUA NA CONSTRUÇÃO DE USINAS DE ENERGIA SOLAR

O Maximo se movimenta de forma autônoma, analisando o terreno ao seu redor. O operador humano apenas ativa um botão de segurança para intervir, caso necessário, mas todo o resto do processo é conduzido pelo robô. Ele usa uma combinação de inteligência artificial, visão computacional e um sistema de tomada de decisão desenvolvido em parceria com a Amazon AWS.

Seu diferencial está na capacidade de operar em ambientes dinâmicos e imprevisíveis, como canteiros de obras. Enquanto os robôs industriais tradicionais trabalham em locais fixos e executam tarefas repetitivas, o Maximo se adapta ao ambiente, lidando com diferentes condições e desafios.

Robô da AES que instala paneis de energia solar
Crédito: AES

Isso exigiu o desenvolvimento de um sistema robusto de visão computacional e inteligência artificial, capaz de lidar com reflexos, variações de iluminação e terrenos irregulares.

A segurança foi uma das principais preocupações no design do robô. Ele conta com um sistema de iluminação LED e sensores ultrassônicos, que detectam a presença de pessoas próximas e interrompem suas operações automaticamente caso alguém entre na área de trabalho.

Quando chega a uma usina solar, um operador humano carrega uma fileira de painéis solares no suporte traseiro do robô, usando uma empilhadeira ou guindaste.

Robô que instala paneis de energia solar criado pela AES
Crédito: AES

Com os painéis devidamente posicionados, o Maximo inicia sua jornada pela usina. Ele usa sua visão computacional para calcular a melhor rota e identificar o local exato de instalação de cada painel.

Ao chegar à estrutura, o robô estende seu braço mecânico, retira um painel do suporte traseiro, gira suavemente e o posiciona com precisão sobre a estrutura de montagem – chamada torque tube –, fixando-o no lugar.

Assim que um painel é instalado, segue para o próximo ponto e repete o processo. A cada ciclo, ele avança na construção de usinas de energia solar, enquanto o operador humano supervisiona tudo e intervém apenas se necessário.


SOBRE O AUTOR

Jesus Diaz fundou o novo Sploid para a Gawker Media depois de sete anos trabalhando no Gizmodo. É diretor criativo, roteirista e produ... saiba mais