Quantos dias é preciso trabalhar para comprar um iPhone 14?

O brasileiro médio tem que trabalhar mais de dois meses para conseguir comprar um smartphone da Apple novinho

Crédito: Istock/ Unsplash

Guille Freire 3 minutos de leitura

Quem gosta de tecnologia acompanha de tempos em tempos os lançamentos dos novos iPhones, em um evento que é acompanhado por jornalistas, entusiastas e consumidores de todas as partes do planeta. No último mês de setembro, a Apple apresentou os modelos do iPhone 14, com melhorias em componentes, nas câmeras, armazenamento e processamento.

No Brasil, os aparelhos entraram em pré-venda no início de outubro, por valores mínimos de R$ 7,6 mil nas versões básicas. Já aquelas com mais recursos chegam a R$ 15 mil. Em pesquisa divulgada pela Hello Safe Brasil, o país ocupa o segundo lugar em relação aos valores mais elevados do produto, ficando atrás somente da Turquia.

Um iPhone 11 ou 12 usado pode ser encontrado por preços que chegam a até R$ 4 mil.

Um índice comumente usado para medir o alto valor dos iPhones é indicar quantos dias são necessários trabalhar para comprar o produto em cada país. Nesta lista, o Brasil aparece em terceiro lugar, com 74,2 dias de trabalho para a aquisição de um iPhone novo. Os líderes são a Turquia, com 146,7 dias, e as Filipinas, com 90,9 dias. Isso dá a medida entre o poder de compra das pessoas de cada país, em relação ao produto recém-lançado.

Sabemos que a situação financeira no Brasil não está favorável para grandes gastos. Para o consumidor que quer comprar um smartphone novo, existem parcerias entre as principais fabricantes, as operadoras e os magazines mais conhecidos para que os aparelhos novos sejam mais acessíveis.

Foram criados programas de trocas, nos quais o consumidor consegue entregar o aparelho usado na compra de um novo e receber, dependendo do smartphone usado, um desconto significativo na compra de um produto novo.

Na Turquia é preciso trabalhar 146,7 dias para comprar um iPhone novo e nas Filipinas, 90,9 dias.

Outra alternativa para quem quer trocar de smartphone, mas não quer pagar caro, é a compra de aparelhos seminovos. Os celulares Apple podem ser encontrados por valores reduzidos, devido ao lançamento do novo modelo. E são modelos que ainda apresentam configurações interessantes, com muitos anos de uso pela frente, e que ainda recebem a atualização do iOS, como os iPhones 11 e 12 – que podem ser encontrados por preços que chegam a até R$ 4 mil.

Mas é muito importante o consumidor que busca um smartphone seminovo procurar um vendedor confiável, para ter certeza da procedência do aparelho, e que os produtos venham com garantia e nota fiscal, além da segurança e confiabilidade na qualidade e no bom funcionamento do dispositivo.

REDUÇÃO DO LIXO ELETRÔNICO

Além do benefício para o bolso, também há a contribuição para a sustentabilidade. Estima-se que, até 2030, o volume anual de lixo eletrônico descartado no planeta seja de 74 milhões de toneladas, configurando-se como o tipo de lixo doméstico que mais cresce no mundo.

A previsão tem como base as altas taxas de consumo de equipamentos elétricos e eletrônicos, os curtos ciclos de vida dos itens e as poucas opções de reparos. Os dados são da United Nations Institute for Training and Research, que a cada três anos promove o Global E-wast Monitor, em parceria com diversas organizações.

apenas 17,4% dos 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico gerados em 2019 foram coletados para reciclagem ou descarte adequado.

É em momentos importantes e desafiadores da humanidade como este que cabe às organizações e mentes privilegiadas a missão de criar novidades que, imediatamente ou anos depois, tenham o poder de transformar o mundo em um lugar melhor e mais adequado para se viver. É quando cientistas, pesquisadores e pensadores de diversas áreas do conhecimento, juntos ou individualmente, transformam suas ideias e crenças em ações disruptivas com real poder de dar novos significados ao que conhecemos e fazemos como sociedade.

Em relação a um futuro mais sustentável, um dos principais objetivos das pessoas e empresas empenhadas em criar novas tecnologias é diminuir o volume de todo tipo de lixo descartado e reduzir a extração de recursos naturais.

Isso se faz necessário porque, de acordo com o estudo que citei acima, apenas 17,4% dos 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico gerados em 2019 foram coletados para tratamento e reutilização ou descarte adequado.

Acredito muito na economia circular, no recondicionamento e na revenda de smartphones seminovos como um recurso de democratização do acesso à tecnologia e, consequentemente, uma via de inclusão digital.

O que nos motiva também é o quesito sustentabilidade, tendo em vista a oportunidade de encontrar utilidade para algo que ainda tem condições de uso e, assim, reduzir o descarte de lixo eletrônico na natureza.


SOBRE O AUTOR

Guille Freire é cofundador e co-CEO da Trocafone. saiba mais