Será que os novos relógios da Apple são mesmo carbono neutros?

Surpreendentemente, sim. Veja como eles conseguiram

Crédito: Apple

Adele Peters 2 minutos de leitura

Até o final da década, a Apple planeja tornar todos os seus produtos neutros em carbono. Os novos Apple Watches, lançados esta semana, são os primeiros a atingir esse objetivo.

O primeiro passo é a energia limpa: todos os componentes são produzidos em fábricas que utilizam eletricidade 100% renovável. A Apple começou a trabalhar com seus fornecedores em 2015 para ajudá-los a fazer a transição para energia eólica e solar.

A empresa afirma que mais de 300 fornecedores, de todas as suas linhas de produtos, aderiram ao programa de energia limpa até agora, cada um com o objetivo de utilizar energia renovável para toda a produção da Apple até o final da década.

Quando alguém carrega um dos novos relógios em casa, a Apple irá igualar esse consumo de energia com energias renováveis (pelo menos nos EUA). Isso é algo que a empresa já começou a fazer para iPhones e MacBooks.

Crédito: Apple

No ano passado, a Apple anunciou que investiu em uma nova fazenda solar no Texas para ajudar a cobrir o consumo de energia no carregamento dos aparelhos. Além disso, uma nova funcionalidade nos smartwatches informar o melhor momento para carregar a bateria, porque provavelmente há energia renovável extra disponível na rede local.

Os materiais dos relógios também mudaram. Como o couro tem uma grande pegada de carbono, as pulseiras foram substituídas por um novo tecido que a empresa chama de FineWoven, que imita camurça e é feito com 68% de material reciclado pós-consumo.

A Nike, que também fabrica pulseiras para o relógio, trabalhou em um novo produto feito com pulseiras recicladas e fios excedentes de iterações anteriores, que de outra forma teriam sido descartados.

Crédito: Apple

Os relógios também são feitos com alumínio e ouro reciclados, metal reciclado de ímãs e, pela primeira vez em produtos da Apple, cobalto 100% reciclado. A empresa planeja fazer a transição para o cobalto reciclado em todos os seus produtos até 2025, devido aos impactos ambientais e sociais da extração do mineral.

Para reduzir as emissões de transporte, a empresa utilizará menos entrega aérea; pelo menos metade dos produtos será entregue por navios de carga, trens e outros meios que tenham uma pegada menor. A caixa foi redesenhada para ser mais compacta, assim, 25% mais produtos podem ser colocados em contêineres, o que significa menos combustível para transportá-los.

Todas as mudanças resultam em uma redução de cerca de 78% nas emissões, segundo a empresa. A Apple está usando compensações baseadas na natureza, incluindo a proteção de áreas úmidas e pastagens, para cobrir a quantidade relativamente pequena de emissões que restam.

Embora seja tecnicamente possível chamar um produto de neutro em carbono se você simplesmente comprar créditos para igualar todas as emissões, a empresa queria se concentrar no "trabalho profundo de descarbonizar" em vez de começar com compensações, segundo um porta-voz da Apple.


SOBRE A AUTORA

Adele Peters é redatora da Fast Company. Ela se concentra em fazer reportagens para solucionar alguns dos maiores problemas do mundo, ... saiba mais