5 dicas para começar o ano com as contas em dias
Planejamento financeiro pode evitar gastos excessivos e abrir caminho para novas conquistas
A agenda de fim de ano, aos poucos, vai ficando sem espaço com muitos convites para o consumo: presentes de Natal, confraternizações e férias. No entanto, esse é também um momento estratégico para rever o planejamento financeiro e criar uma base mais sólida para o futuro.
Com algumas mudanças na organização das finanças, é possível evitar os excessos e, melhor ainda, começar o próximo ano com a estrutura necessária para novas conquistas. Confira as recomendações de especialistas para equilibrar as contas e construir um caminho para realizar objetivos de longo prazo.
AVALIE SUAS DESPESAS E CORTE OS EXCESSOS
O primeiro passo para um planejamento eficaz é fazer uma análise honesta das despesas mensais. Eduardo Mascarenhas Filho, economista e planejador financeiro, sugere que cada pessoa analise os últimos três meses de gastos. “Quando vemos nossos gastos com clareza, fica mais fácil identificar onde estamos exagerando. Pequenos gastos no cotidiano, como deliverys frequentes, excesso de viagens por corridas por aplicativo ou compras por impulso, somam muito no fim do mês e podem ser ajustados sem afetar a qualidade de vida”, aponta.
Com essa avaliação, é possível entender quais hábitos estão sabotando o orçamento e definir um valor específico para gastar durante as festividades. “Estabeleça limites realistas para as compras de fim de ano e siga-os. Isso evita surpresas no extrato e cria espaço para direcionar os recursos a outros objetivos financeiros”, completa Filho.
Organize uma meta para o próximo ano
Em vez de usar o orçamento apenas para as contas do dia a dia, comece a pensar nos objetivos futuros. Gabriela Gouveia, administradora e executiva em finanças, afirma que o fim do ano é o melhor momento para traçar planos para o próximo período. “Ter metas concretas, como economizar para uma viagem, fazer um curso ou até mesmo investir em um novo negócio, ajuda a enxergar o valor do dinheiro de forma mais inteligente. Isso muda a maneira como lidamos com o orçamento e direcionamos nossos esforços para o que realmente importa”, explica.
Uma meta clara e realista também facilita na hora de definir quanto reservar mensalmente para o objetivo, reduzindo a necessidade de fazer ajustes bruscos ao longo do ano. Gabriela recomenda começar com pequenas quantias e, conforme o planejamento avança, ir aumentando o valor dedicado ao sonho.
Esse é o caso do mestrando em arquitetura Daniel Pontes, de 29 anos. Decidido a comprar um carro seminovo no próximo ano, o estudante organizou suas finanças para tornar essa meta possível sem comprometer seu orçamento mensal. “Percebi que, se eu não me planejar, acabaria recorrendo a financiamentos e pagando muito mais do que o valor real do carro. Preferi estabelecer uma meta e ir guardando aos poucos”, explica.
Para Pontes, o planejamento começou com ajustes nas despesas diárias e o corte de gastos com coisas que ele considerava supérfluas. “Há dois ou três anos cancelei algumas assinaturas que nem usava tanto e passei a ser mais criterioso com as compras por impulso ou excesso de saidinhas nos fins de semana. O resultado foi imediato: já consigo ver o valor crescendo na conta e isso me deixa mais motivado”, afirma.
PLANEJE-SE PARA DESPESAS SAZONAIS E IMPREVISTOS
Muitos esquecem que janeiro e fevereiro trazem despesas extras – impostos, matrículas, material escolar – que, sem um planejamento, acabam sendo pagas com crédito. Uma reserva específica para essas contas evita parcelamentos ou financiamentos que geram mais juros. “Essas despesas não são imprevistos. Sabemos que elas chegarão todos os anos, então o ideal é que estejam incluídas no planejamento anual, como qualquer outra despesa fixa”, sugere Gabriela.
A especialista também destaca a importância de uma reserva para imprevistos. “Com um valor reservado, você tem mais segurança diante de emergências. Isso reduz a necessidade de usar crédito caro e protege seu planejamento financeiro de mudanças bruscas”, afirma.
Simplifique as festas de fim de ano
As festas de fim de ano costumam ser o maior gasto fora do orçamento. Para tornar essas celebrações sustentáveis, prefira alternativas mais econômicas e que estejam alinhadas com seu planejamento. “É possível aproveitar a época de forma prazerosa sem que isso signifique gastos exorbitantes. Fazer um amigo-secreto, dividir as despesas ou até mesmo organizar encontros mais simples são formas de festejar sem comprometer o bolso”, aconselha Mascarenhas.
Em famílias e grupos de amigos, uma divisão organizada permite comemorações completas sem sacrifícios, tornando o evento mais acessível e compartilhado. Segundo o economista, esse tipo de planejamento evita que o dinheiro seja utilizado de forma que impacte o orçamento para os próximos meses.
CULTIVE HÁBITOS FINANCEIROS PARA O ANO TODO
As finanças não devem ser revisitadas apenas em momentos de crise ou no final do ano. Os especialistas reforçam a importância de um planejamento constante, que acompanhe as mudanças na vida pessoal e no mercado financeiro. Para isso, Gabriela Gouveia sugere o uso de ferramentas de controle financeiro, como aplicativos, planilhas ou até mesmo um caderno. “Quando você acompanha suas finanças no dia a dia, é mais fácil corrigir pequenos desvios de percurso e garantir que as metas de longo prazo sejam cumpridas”, diz.
Os dois especialistas afirmam que planejamento financeiro de final de ano é uma oportunidade de refletir sobre o uso do dinheiro, de maneira que as celebrações sejam equilibradas e os próximos meses tragam novas oportunidades de crescimento e conquistas. Cultivar esse hábito, explicam eles, é fundamental para transformar o futuro financeiro, tornando as metas cada vez mais viáveis.