Investidor planeja aposentadoria segura e se blinda de imprevistos, aponta pesquisa
Ter dinheiro para quando deixar o mercado de trabalho é um motivador para quem decide investir no Brasil, como mostra levantamento da CVM

Juntar recursos para quando a aposentadoria chegar é uma das motivações que levam as pessoas a guardarem dinheiro. Esta é uma das conclusões do relatório divulgado recentemente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), feito a partir de entrevistas com 1.371 investidores, entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro de 2025.
RESERVA PARA A APOSENTADORIA
A pesquisa “Perfil e Comportamento dos Investidores 2024”, conduzida pela Gerência de Educação e Inclusão Financeira (GEIF), mostra que a aposentadoria é o principal objetivo em comum desse público. Trata-se da prioridade entre aqueles com perfil moderado e entre os conservadores. Já entre os arrojados, trata-se do segundo fator motivador. O primeiro é criar renda passiva.
Três destaques do estudo:
- Entre os investidores de perfil arrojado, 76% fazem aplicações com o objetivo de criar renda passiva e 74% para formar reservas de olho na aposentadoria.
- Entre os de perfil moderado, 68% focam em primeiro lugar nas reservas para a aposentadoria.
- Já entre os conservadores, o percentual que mira a aposentadoria como prioridade cai para 68%.
“Esses dados são importantes para traçar estratégias mais assertivas e promover campanhas de educação financeira, visando um ambiente mais acessível e inclusivo”, avalia Paulo Portinho, gerente de GEIF, ligada à Superintendência de Orientação aos Investidores e Finanças Sustentáveis (SOI).
CONFIANÇA NA HORA DOS IMPREVISTOS FINANCEIROS
Uma parte expressiva dos entrevistados – 86% - disse se sentir preparada para lidar com imprevistos financeiros. A pesquisa identificou os outros traços do comportamento financeiro. Veja quais são:
- 49% têm mais de 10 anos de experiência de mercado.
- 45% buscam rentabilidade.
- 42% procuram diversificação da carteira.
- 42% têm interesse por educação financeira.
Os dados revelam ainda que o mercado de capitais é avaliado predominantemente de modo positivo. Para cerca de de 86% dos investidores ouvidos, o objetivo é continuar investindo. A motivação vem, principalmente da percepção de que são oferecidos produtos compatíveis com seu perfil de investidor e do fato de se sentirem satisfeitos com os serviços oferecidos.
PERFIL ARROJADO, CONSERVADOR, MODERADO
A pesquisa da CVM identificou também que a maior parte se identifica com o perfil arrojado de investidor. Portanto, gosta de correr mais riscos. Os moderados respondem por 36% do universo entrevistado e 9% são conservadores na hora de cuidar do dinheiro.
Os investidores possuem conhecimentos de conceitos básicos, como a relação entre inflação e rentabilidade. No entanto, o levantamento mostrou que há espaço para ampliar as noções de temas mais específicos. Entre eles, o impacto de juros sobre o preço de títulos de renda fixa.
Os homens dominam com folga entre os investidores brasileiros, com 87% de participação. A maioria entre aqueles que têm alguma aplicação vive no Sudeste (63%) e está na faixa etária entre 46 anos e 59 anos.
Segundo a CVM, a edição recém-divulgada do “Perfil e Comportamento dos Investidores 2024” trouxe pela primeira vez o recorte racial. Veja os números:
- Autodeclarados brancos 75%
- Autodeclaradas pardas 18%
- Preferiram não responder 2,4%
- Autodeclaradas pretas 2,3%
A pesquisa confirmou a predominância de investidores com Ensino Superior ou Pós-graduação, com 89% do universo de entrevistados. O levantamento revela que 49% têm renda familiar entre 5 e 20 salários-mínimos.
CONFIANÇA NO REGULADOR
A atuação da CVM no mercado de capitais também foi apontada como predominantemente positiva: 55% dos investidores avaliaram como excelente ou boa a performance da autarquia.
Veja outros números:
- 45% veem a CVM como fonte confiável de informações (concordam totalmente)
- 70% conhecem bem o papel da CVM (concordam totalmente ou parcialmente)
- 65% acreditam que as normas contribuírem para a eficiência e o desenvolvimento do mercado de capitais (concordam totalmente ou parcialmente)