Geração Alpha pode precisar de um choque de realidade financeira
Segundo pesquisa feita entre americanos, 68% já contam com um produto de luxo aos 10 anos e 66% dizem que pagariam mais por produtos da vida real

É preciso ser honesto: não dá para esperar que as crianças sejam especialistas em educação financeira. Por mais que amem o YouTube, é improvável que muitas passem o tempo assistindo a vídeos de Warren Buffett.
No entanto, os mais velhos desse grupo da Geração Alpha se tornarão consumidores adultos em breve. Entre a maneira como lidam com o dinheiro e sua percepção de gastos, duas coisas são bastante claras.
A primeira é que, independentemente do setor, as empresas serão colocadas à prova por esta geração. A segunda é que a Geração Alpha pode ter um despertar difícil ao se deparar com as duras realidades da vida.
Entre os vários estudos sobre a Geração Alpha, o mais recente se concentra em seus pensamentos e interações em cinco setores-chave: beleza, automotivo, serviços financeiros, alimentação e luxo. Embora haja muitos insights excelentes, é impossível deixar de focar nos gastos.
Ao todo, 70% dos entrevistados afirmam ter um conhecimento básico sobre dinheiro. No entanto, outras descobertas pintam o quadro de uma geração que tem gosto pelas coisas boas da vida, altas expectativas e influência crescente.
BENS DE LUXO SÃO VALIOSOS PARA OS ALPHAS
Brinquedos e videogames típicos não são as únicas coisas que chamam a atenção da Geração Alpha. Seus sonhos sobre a vida que um dia levarão são grandes. De acordo com a pesquisa, 35% aspiram ter um carro de luxo quando forem mais velhos.
As conquistas, no entanto, já mostram no que mira essa geração. Ao todo, 68% já possuem um produto de luxo aos 10 anos. Embora valorizem bastante os bens digitais e suas identidades digitais, 66% dizem que pagariam mais por produtos da vida real.
DIREITO AO QUE QUISEREM, QUANDO E COMO QUISEREM
Como a Geração Alpha pagará por esses itens de luxo de alto padrão? Os primeiros sinais indicam que não será por meio de instituições tradicionais, mas por meio de carteiras eletrônicas e bancos online.
As cinco marcas financeiras favoritas dos Alphas são PayPal, CashApp, Visa, Apple Pay e Venmo. Empresas que não oferecem essas opções de pagamento digital podem perder compras. Além disso, outras que não oferecem flexibilidade nos produtos podem enfrentar resistência semelhante, pois os Alphas querem personalizar.

De fato, 58% dos entrevistados preferem personalizar um carro a economizar dinheiro comprando um modelo padrão. Tenho certeza de que você está percebendo a falta de frugalidade, que se alinha com uma mentalidade reveladora: 75% dos Alphas dizem que merecem ter a maioria das coisas que desejam.
VOZ NA TOMADA DE DECISÕES
Talvez essa ambição e confiança financeira venham dos pais, que dizem que seus filhos desempenham um papel central em muitas decisões em suas famílias. Por exemplo, 61% acreditam que seus filhos têm a palavra final sobre qual carro a família compra. A mesma porcentagem acredita que seus filhos têm influência sobre o que a família come.
Embora tenham voz ativa na escolha, também deve-se reconhecer que provavelmente não estão sentindo os impactos dessas decisões porque ainda não são financeiramente responsáveis pelas compras.
Crianças sonham alto, e isso é bom. Essa inspiração e imaginação nunca devem ser desencorajadas. Além disso, há um limite para as considerações do mundo real que elas podem aplicar quando têm pouca experiência.
E AS EMPRESAS?
As empresas que não mantêm as perspectivas da Geração Alpha em primeiro plano em suas estratégias podem se ver drasticamente equivocadas quando esses consumidores atingirem a idade de compra.
Ao mesmo tempo, os Alphas parecem estar vivenciando uma falsa sensação de realidade quanto à acessibilidade e ao preço acessível de produtos de luxo ou personalizados. Ambas as tendências podem impactar a maneira como essa geração orça e administra o dinheiro, como prioriza as compras desejadas e sua fidelidade à marca.
É claro que eles ainda são jovens, e esses sentimentos podem mudar rapidamente. Mas, com base nos dados de hoje, as empresas que atendem às necessidades experienciais dos Alphas em áreas como opções flexíveis e pagamentos digitais podem ter uma vantagem. E para os criadores de mídia social que postam conteúdo sobre educação financeira, não parece que haverá dificuldade em obter engajamento dos Alphas quando eles começarem a pagar suas próprias contas.