iPhone 17 a R$ 18,5 mil: é melhor comprar ou investir o valor?

CDB, Tesouro Selic e Fundos DI são alternativas para aplicar o dinheiro e fazê-lo render em vez de gastar; veja em quais situações pode valer a pena adquirir a novidade

iPhone 17 a R$ 18,5 mil: é melhor comprar ou investir o valor?
Tim Mossholder via Unsplash, Dragon Claws e Stockbyte via Getty Images

Márcia Rodrigues 4 minutos de leitura

A pré-venda do iPhone 17 finalmente começou no Brasil em 16 de setembro. Os preços começam em R$ 7.999. O valor é de R$ 10.499 no modelo Air e chega a R$ 18.499 na versão Pro Max com maior capacidade de armazenamento. Diante de cifras tão altas, surge a questão: vale a pena comprar um iPhone 17 topo de linha? Ou é melhor fazer as contas e avaliar se a melhor alternativa não é investir o valor da compra?

SIMULAÇÕES PARA QUEM QUER INVESTIR

Dois especialistas em finanças apontam como o dinheiro poderia render se fosse aplicado em investimentos conservadores de fácil acesso. Por exemplo, o Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária ou fundos DI.

QUANTO RENDERIA INVESTIR O VALOR?

Segundo Luciana Ikedo, educadora financeira e autora do livro "Vida Financeira - Descomplicando, Economizando e Investindo", ao aplicar o mesmo montante no Tesouro Selic, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de liquidez diária ou fundos DI (Certificados de Depósito Interbancário), por exemplo, ele renderia algo próximo da Selic (taxa básica de juros), hoje em torno de 15% ao ano.

Ou seja, cada troca de celular poderia custar um patrimônio que você deixa de construir e acumular em recursos financeiros que podem ser essenciais para os seus objetivos de longo prazo.

Na prática, aplicar R$ 18,5 mil neste tipo de ativo resultaria em cerca de R$ 2.220 líquidos em 12 meses, afirma Luciana. Já para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, o rendimento anual ficaria em torno de R$ 2 mil líquidos.

Portanto, em apenas um ano, apenas com o rendimento seria possível comprar um iPhone intermediário sem mexer no valor principal.

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EM 3 ANOS, RENDIMENTO ULTRAPASSARIA R$ 7 MIL

A Apple costuma estimular a troca dos aparelhos a cada dois ou três anos. Segundo a educadora financeira, manter os R$ 18,5 mil investidos por dois anos resultaria em aproximadamente R$ 4.600 líquidos, e em três anos, o montante acumulado poderia ultrapassar R$ 7.100.

Já Ros calcula que, mantida a Selic em 15% ao ano, o valor de um iPhone topo de linha investido em Tesouro Selic ou CDB chegaria a R$ 22,5 mil em dois anos e quase R$ 26 mil em três anos. Isso seria suficiente para comprar um novo iPhone intermediário e ainda sobrar dinheiro.

“Na prática, é trocar um bem de consumo que se desvaloriza instantaneamente por um ativo que gera renda. Ou seja, o celular perde valor a cada ano; o investimento, ao contrário, pode financiar conquistas maiores”, diz o CEO da Referência Capital.

RESERVA DE EMERGÊNCIA OU CUSTEAR EDUCAÇÃO

Trocar de celular em vez de aplicar o dinheiro não significa apenas gastar. É também abrir mão de multiplicar o capital, diz Luciana. Ela lembra que com R$ 18,5 mil seria possível dar entrada em um carro ou imóvel, financiar um curso no exterior, montar uma reserva de emergência ou custear parte da educação de um filho.

Na mesma linha, o especialista da Referência Capital destaca que o valor poderia ser usado como aporte inicial em um fundo de emergência, intercâmbio, MBA ou até em fundos imobiliários que pagam rendimentos mensais.

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CONSUMO DE LUXO OU NECESSIDADE

Para os especialistas, um iPhone topo de linha é antes de tudo um bem de luxo. Porém, pode ser um investimento em status se tiver papel estratégico no trabalho, como no caso de profissionais de marketing, criadores de conteúdo ou executivos que precisam da melhor performance e câmera.

“A régua é simples: se o aparelho gera retorno financeiro ou produtividade, é investimento; se não, é apenas consumo”, explica Ros. A educadora financeira complementa que vale questionar se realmente é necessário comprar o modelo mais recente ou se uma versão anterior, mais barata, já atenderia bem.

O IPHONE É SÓ PARA ALTA RENDA?

Segundo o expecialista, um aparelho de R$ 18,5 mil só seria financeiramente saudável para quem tem renda líquida acima de R$ 30 mil mensais, já que neste patamar não comprometeria mais que 60% do salário e ainda permitiria poupar. “Para rendas menores, a compra significa abrir mão de outras prioridades financeiras importantes, como previdência, investimentos ou até mesmo reserva de emergência”, conta ele.

Luciana, por outro lado, aponta uma regra prática mais ampla: se a compra não comprometer mais que 5% a 10% da renda anual e a pessoa já tiver reserva de emergência e investimentos em dia, o gasto pode ser aceitável.

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COMO PLANEJAR A TROCAR DE MODELO?

Para quem não resiste à tentação de ter sempre o lançamento em mãos, os especialistas defendem planejamento. A educadora financeira sugere criar um fundo específico para essa finalidade, com aportes mensais que garantam a troca futura sem prejudicar outras metas.

Ros recomenda encarar o celular como uma assinatura: investir de R$ 600 a R$ 800 por mês em um produto de liquidez diária, acumulando em dois anos o valor necessário para trocar o aparelho à vista.

QUANDO A COMPRA É ACEITÁVEL?

Segundo os especialistas, a compra faz sentido quando:

- O aparelho é ferramenta de trabalho e gera retorno financeiro ou aumento de produtividade;

- Não compromete metas financeiras mais importantes, como aposentadoria, saúde, educação e reserva de emergência.

Fora desses contextos, a troca do celular é principalmente um luxo, diz Ros.


SOBRE A AUTORA

Márcia Rodrigues é jornalista especializada em economia e empreendedorismo. Vegetariana e apaixonada pela defesa de causas sociais, am... saiba mais