IPVA e IPTU: vale a pena pagar à vista ou parcelado?
Especialista alerta para a necessidade de ficar atento ao planejamento financeiro antes de decidir como quitar as impostos; é preciso ficar atento para não cair nos golpes dos boletos
Janeiro é o mês de duas despesas "pesadas" no orçamento de muitos brasileiros. É quando as prefeituras e os estados começam as cobranças de dois tributos: o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Não pagar os dois impostos pode gerar uma série de problemas. No caso do IPTU, o proprietário do imóvel pode passar por situações como inscrição na dívida ativa, cobrança judicial e até penhora de bens.
Quem deixar de pagar o IPVA está sob o risco de pagar multa, também parar na dívida ativa em órgãos estaduais e ficar sem poder fazer o licenciamento ou ter o veículo apreendido.
Por isso, é importante ter atenção à data de vencimento das cobranças e às regras para cada tributo - como a possibilidade de isenção, o número de parcelas e o desconto para quem optar pelo pagamento à vista.
2025
Neste ano, os descontos para pagamento em parcela única começam, na média, em 3% e podem chegar a 15%. Já o prazo para quitação vai de 4 a 12 meses, de acordo com o estado e o município emissor da cobrança dos tributos.
Os prazos e descontos geram dúvidas em muitos contribuintes. Afinal, quando vale a pena quitar em parcela única o IPTU e o IPVA e aproveitar o desconto? Ou será melhor deixar o valor total investido e optar pelo parcelamento?
Segundo cálculos feitos por Larissa Freitas, planejadora financeira do C6 Bank, no geral, descontos de 2% a 3% para pagamento à vista não valem a pena. Se o desconto à vista for de 5% e o parcelamento variar entre 11 e 12 vezes, pode ser mais vantajoso diluir o pagamento ao longo do ano.
Mas, como frisa a planejadora financeira, a relação entre desconto e parcelas não deve ser o único aspecto a ser avaliado pelo contribuinte. É preciso avaliar como está o seu orçamento hoje e nos próximos meses.
As parcelas assumidas na quitação do IPTU e do IPVA podem sobrecarregar as finanças nos meses seguintes ao se somarem a outros gastos. A recomendação, segundo Larissa, é que as despesas totais não passem de 30% a 35% da renda mensal.
Por isso, o planejamento das despesas é fundamental antes de decidir como os dois tributos vão ser pagos, avalia Larissa. "O desconto pode ser financeiramente atrativo. Mas a que custo? Não dá, por exemplo, para disponibilizar todo aquele recurso e ficar sem a reserva de emergência para arcar com as despesas do dia a dia caso haja um imprevisto, como a perda de emprego ou uma doença na família." Situações como essa, pondera a especialista, podem levar o contribuinte a recorrer ao cheque especial, que tem taxas de juros mais altas do que outras modalidades.
SEGURANÇA
Vale lembrar que, além de alinhar o planejamento financeiro às despesas com os impostos, é preciso ficar atento aos golpes - como os boletos falsos - que são disseminados nessa época do ano por e-mails, WhatsApp, SMS, redes sociais e telefone.
No caso do IPTU, as prefeituras costumam disponibilizar os dados para o pagamento em seus sites ou envia a cobrança para o endereço do contribuinte. Antes de pagar, confirme se os dados estão corretos.
Para quitar o IPVA, é possível acessar as informações sobre o pagamento no site da Secretaria da Fazenda do seu estado e, com o código RENAVAM, gerar a guia de pagamento.
COMO CONSULTAR O IPVA
Abaixo, você pode conferir as informações sobre o IPVA do seu estado ou Distrito Federal. Basta clicar no link correspondente.