O adeus de Warren Buffett: veja o principal recado de sua última carta como CEO
Buffett se despede da Berkshire após cinco décadas em meio a alta da empresa no mercado financeiro

Aos 95 anos, Warren Buffett publicou sua última carta como CEO da Berkshire Hathaway, encerrando um ciclo de mais de cinco décadas à frente do conglomerado.
O investidor afirmou que “ficará em silêncio” após deixar o cargo no fim deste ano, mas continuará ativo em projetos filantrópicos e na tradicional mensagem de Ação de Graças.
A Berkshire Hathaway confirmou que Greg Abel, atual vice-presidente de operações não relacionadas a seguros, assumirá a presidência-executiva a partir de janeiro.
Buffett reforçou a confiança no sucessor, dizendo que ele “superou todas as altas expectativas” desde que foi escolhido para liderar a companhia.
Segundo a carta, o empresário informou que converteu 1.800 ações Classe A, avaliadas em US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 7,3 bilhões), em 2,7 milhões de ações Classe B, distribuídas entre quatro fundações familiares.
“Para aumentar a probabilidade de que disponham do que será essencialmente todo o meu patrimônio antes que curadores alternativos os substituam, preciso acelerar o ritmo das doações em vida”, escreveu.
Em 2006, Buffett prometeu doar toda a sua fortuna, hoje estimada em US$ 149 bilhões (R$ 832 bilhões) a causas filantrópicas.
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Ele também cofundou, ao lado de Bill e Melinda Gates, o Giving Pledge, iniciativa que incentiva bilionários a destinarem pelo menos metade de sua riqueza a projetos sociais.
Embora seus movimentos no mercado sejam acompanhados de perto por investidores do mundo todo, o CEO da Berkshire sempre buscou se posicionar como defensor dos Estados Unidos, dos americanos comuns e do capitalismo.
Para ele, o sucesso financeiro deve caminhar com responsabilidade social, integridade e geração de valor coletivo.
Buffett destacou ainda que a prosperidade norte-americana depende da capacidade de seus líderes de agir com ética e visão de longo prazo.
Ele afirmou que a Berkshire Hathaway deve evitar futuros executivos que desejem enriquecer para exibir status ou criar dinastias familiares, defendendo a escolha de gestores comprometidos com o propósito e o legado da empresa.
O bilionário aproveitou a carta para criticar a cultura de remunerações excessivas no meio corporativo.
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“O que muitas vezes incomoda os CEOs muito ricos, afinal, eles são humanos é que outros CEOs estão ficando ainda mais ricos. Inveja e ganância andam de mãos dadas”, afirmou.
Buffett avaliou que as ações Classe A da empresa registraram alta de 10% (R$ 54,8 bilhões) em 2025, com valor de mercado estimado em US$ 1,07 trilhão (R$ 5,97 trilhões).
Ele classificou as perspectivas do grupo como “moderadamente melhores que a média”, sustentadas por negócios sólidos e não correlacionados.
Mesmo com a idade avançada, o investidor ressaltou que segue trabalhando regularmente.
“Embora me mova lentamente e leia com crescente dificuldade, estou no escritório cinco dias por semana, onde trabalho com pessoas maravilhosas.”
Com sua aposentadoria e a morte de Charlie Munger em 2023, a Berkshire inicia uma nova era. A carta de despedida de Buffett simboliza a transição de liderança e reafirma os valores que moldaram o império que construiu.
Ao encerrar sua trajetória, Warren Buffett deixa o mercado, mas mantém o propósito de investir em ética, responsabilidade e generosidade.