O que uma nova cafeteira tem a ver com o tamanho das cozinhas? Tudo
Projeto que levou anos de pesquisa incluiu a observação do comportamento dos consumidores de café e os espaços cada vez menores

Morgan Lombardi, diretora sênior de Gerenciamento de Produtos da Keurig, acredita que as cafeteiras de cápsulas ficaram grandes demais, mecânicas demais e talvez até um pouco feias. "Observamos que as cafeteiras, incluindo as nossas, começaram a parecer cada vez mais uma máquina", diz ela.
OS EFEITOS DE UMA COZINHA MENOR
As cafeteiras também estão ficando cada vez maiores, enquanto as cozinhas estão ficando cada vez menores. É por isso que a fabricante Keurig, de origem americana, está lançando a K-Mini Mate, uma cafeteira de 10 cm de largura que custa US$ 79,99 e será apresentada exclusivamente na Target, rede americana de varejo, a partir de 29 de junho.
OBSERVAÇÃO APONTOU PARA PROBLEMA
Após sete anos observando o comportamento do consumidor na Keurig, a executiva conta que observou que as pessoas estavam começando a ver sua rotina matinal de preparo de café como uma obrigação, em vez de um momento de prazer.
Sua equipe descobriu que os consumidores queriam que seu ritual matinal de café parecesse "este pequeno momento maravilhoso" — em vez de uma tarefa mecânica de "clique-CLACK!".
A cafeteira precisava ser mais suave aos olhos e ao toque, e também precisava ser muito menor. Ambos eram desafios difíceis, diz ela, porque os mecanismos de perfuração atuais das cafeteiras da Keurig são muito pesados para permitir um design mais sutil e menor.
PROBLEMA DE ESPAÇO IMPULSIONA TUDO
O espaço da cozinha impulsiona as decisões de design dos eletrodomésticos modernos. "A cozinha de ninguém está ficando maior", explica Morgan.
No entanto, as cafeteiras continuam sendo equipamentos essenciais para ativar o cérebro humano pela manhã. Os eletrodomésticos precisam estar lá 24 horas por dia, 7 dias por semana — não retiradas do armário. Elas exigem posicionamento permanente, diz a executiva, criando uma restrição de design que força os fabricantes a pensar em dimensões menores.
O desafio técnico mais significativo para atingir o tamanho menor envolveu o redesenho do que a Keurig chama de mecanismo de perfuração. As cafeteiras Keurig padrão usam um movimento mecânico de trituração para perfurar as cápsulas K-Cup; uma grande alça empurra para baixo para mover o conjunto de agulhas que abrem orifícios na cápsula.
Pra quem já usou uma máquina Keurig, a sensação é quase como apertar a maçaneta para desligar a Estrela da Morte. "O mecanismo padrão da Keurig dá a sensação de que você está triturando algo lá dentro", diz Morgan.
Para permitir o tamanho menor da cafeteira, o mecanismo de perfuração precisava ser muito menor: "O espaço entre o mecanismo da cafeteira e a parte inferior precisavam comportar uma caneca de viagem [cerca de 18 cm]", explica a diretora.
A equipe conseguiu reprojetar o mecanismo e mudar sua posição. A alteração permitiu a remoção da alça de trituração e a transformação em uma superfície plana que combina com o formato cilíndrico da parte frontal.
O novo mecanismo não oferece a mesma resistência rígida do anterior, o que permitiu à Keurig usar abertura e fechamento com mola suave. A executiva da empresa acredita que isso por si só cria uma sensação mais humana, "tornando o ato de fazer café mais parecido com um aperto de mão suave" e menos como destruir cápsulas de café dentro de uma máquina de trituração de plástico.
O CAFÉ COM UMA NOVA LINGUAGEM DE DESIGN
A máquina que resultou do novo projeto é muito mais atraente. A linguagem de design apresenta curvas de raio mais suaves em comparação com a estética angular padrão da Keurig. A cafeteira utiliza pontos de contato emborrachados juntamente com a construção em plástico ABS para torná-la mais macia ao toque também.
Uma pequena aba emborrachada na parte superior ajuda a remover o depósito de água, exigindo apenas um dedo para removê-la facilmente. O reservatório de água também fica plano sobre os balcões sem tombar, como uma jarra de água.
O resultado é uma máquina que prepara até 355 ml de café e é cerca de 33% menor do que o menor modelo anterior da Keurig. Uma que, talvez mais importante, não se parece com a cafeteira da sua tia-avó de antigamente, mas sim com uma peça de design moderno.
A pesquisa da empresa revelou que os consumidores mais jovens que entram no mercado de cafeteiras priorizam a simplicidade e o apelo visual em detrimento de recursos avançados. Os compradores da Geração Z precisam de cafeteiras para a faculdade ou para o primeiro apartamento, mas não têm preferências específicas quanto à funcionalidade do preparo.
TAMANHO DA CAFETEIRA PROMETE AGRADAR
De acordo com a diretora da empresa, a resposta do consumidor tem sido ótima durante os testes. Desde os protótipos iniciais de espuma até os estudos de uso doméstico, "as pessoas se apaixonaram por este produto — e estão dizendo, sabe, ele é pequeno. Nunca vi nada parecido. É simplesmente muito fofo. Quando posso tê-lo?
Morgan também que o K-Mini Mate representa o primeiro produto do que se tornará a nova linguagem visual da marca Keurig em toda a sua linha. "A Keurig atualiza sua linguagem visual a cada cinco anos para acompanhar as mudanças nas preferências dos consumidores", ressalta. Os modelos futuros incorporarão princípios estéticos semelhantes, além de adicionar recursos como tanques de água maiores. Então, essa é definitivamente uma boa notícia para os fãs da Keurig em todos os lugares.