Como acabar com a insônia: startup lança capa de colchão com IA
A Orion, dos EUA, desenvolveu um acessório com sensores e inteligência artificial com a promessa de noites mais longas, profundas e personalizadas

Uma startup chamada Orion está pronta para enfrentar a epidemia de insônia nos Estados Unidos com uma nova capa de colchão com tecnologia de IA que pode ajustar sua temperatura ao longo da noite para maximizar o conforto e o descanso.
INTERESSE PELO SONO
O cofundador e CEO Harry Gestetner foi cofundador da startup Fanfix, que ajudou criadores de conteúdo da Geração Z a criar programas de assinatura paga. Após a venda da empresa para a SuperOrdinary por US$ 65 milhões, Gestetner diz que se interessou pelo sono e suas ligações bem documentadas com a saúde e a longevidade.
“Todo especialista em longevidade diz que o sono é a base da longevidade”, diz ele.
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Gestetner descobriu que a maioria dos rastreadores de sono e condicionamento físico conseguia detectar padrões de sono ruins, mas não conseguia fazer nada diretamente para ajudar os usuários a ter uma noite de sono melhor. “Tudo o que eles fazem é fornecer um monte de dados que indicam que você dormiu mal”, diz o empresário.
E embora a temperatura do sono tenha demonstrado ter um impacto significativo na qualidade do sono, os dispositivos de controle de temperatura do sono existentes de empresas como a Eight Sleep eram muito caros para muitas pessoas com quem Gestetner conversou.
NO LUGAR DE UMA FERRARI, UM TESLA
Trabalhando com seu pai, Daniel Gestetner, ele próprio um empreendedor em série e presidente da Orion, Gestetner decidiu criar uma alternativa mais acessível — o "Tesla do sono", em vez da Ferrari, como ele mesmo diz. Desde então, a empresa levantou US$ 10,3 milhões em capital de risco e desenvolveu a tecnologia com o especialista em sono e psicólogo clínico Michael Breus, que atua como diretor de sono da Orion.
A tecnologia da Orion, revelada para pré-venda em 14 de outubro, custa aos usuários com uma cama queen-size US$ 2.300 à vista, mais US$ 17 por mês de assinatura. A assinatura paga pelo acesso à IA da Orion. A empresa pode fazer automaticamente dezenas de ajustes de temperatura ao longo da noite para maximizar o conforto em várias fases do sono, levando em consideração as leituras dos sensores e as preferências declaradas pelos usuários. Os compradores podem indicar se desejam uma capa mais firme ou mais macia, com outras opções em desenvolvimento. O equipamento normalmente leva de 10 a 15 minutos para ser instalado, diz Gestetner.
QUAIS SÃO OS SEGREDOS REVELADOS
Sensores dentro da capa do colchão podem detectar fatores como temperatura corporal, frequência respiratória e frequência cardíaca, o que permite que a IA otimize sua temperatura para corresponder aos ritmos circadianos naturais, permitindo um sono mais longo e profundo.
“Podemos dizer, por exemplo, se a sua temperatura corporal está aumentando, se a sua frequência cardíaca está começando a aumentar e se você está entrando em uma fase de sono cada vez mais leve, na qual pode acordar”, explica Gestetner. “Podemos ajustar a sua temperatura corporal para baixo novamente para mantê-lo em um sono mais profundo por mais tempo e melhorar a qualidade do seu sono.”
O pacote inclui a capa do colchão, juntamente com um dispositivo complementar que pode ser posicionado discretamente perto da cama ou atrás de um criado-mudo, onde aquece ou resfria a água que circula pela capa do colchão.
NADA A VER COM CAMA D'ÁGUA
Ao contrário das camas d'água de antigamente, notórias por vazamentos desastrosos e frequentemente proibidas em apartamentos alugados, a capa do colchão da Orion inclui tubos resistentes e uma segunda camada à prova d'água para evitar derramamentos, pontua o empresário. Ele também consome apenas cerca de 1,5 litro de água, que pode ser completado cerca de duas vezes por ano.
Sensores na capa do colchão ajudam a monitorar a qualidade do sono e ajustar a temperatura ao longo da noite. A tecnologia também funciona para casais, detalha o representante da Orion, evitando discussões sobre as configurações ao manter duas zonas de temperatura, já que muitas pessoas não dormem melhor na mesma temperatura que o parceiro.
“Minha namorada sente muito frio à noite, então ela gosta de colocar o lado dela bem aquecido”, diz ele. “Eu sinto muito calor à noite, então gosto de colocar o meu lado bem frio e depois gosto de acordar bem aquecido.”
ANTES DA COMPRA, O TESTE DO SONO
Antes de os clientes da Orion começarem a usar o dispositivo, que deve ser enviado para os clientes que fizeram a pré-encomenda em dezembro, eles normalmente fazem um teste de sono em casa com um sensor vestível descartável, permitindo que a Orion observe seus padrões de sono. O vestível, que se parece com um Band-Aid grande, possibilita à empresa registrar seus hábitos de sono e as necessidades de temperatura ao longo da noite.
“Podemos mostrar praticamente tudo o que há de errado com o seu sono em um gráfico e, em seguida, pré-programar o dispositivo Orion com base nos seus dados”, diz Gestetner.
Porém, o dispositivo vestível não é essencial. Gestetner afirma que a empresa já fechou um acordo para colocar as capas de colchão em hotéis, onde os sensores integrados poderão ajudar a ajustar as temperaturas e permitir aos hóspedes ter uma noite de sono melhor.
OUTROS TIPOS DE ADAPTAÇÃO DURANTE O SONO
Outras empresas têm trabalhado para desenvolver IA e tecnologia de sensores para otimizar outros aspectos do sono. A Heka oferece colchões que se ajustam fisicamente para suportar diferentes tipos de corpo e mudanças de posição ao longo da noite. Já a Nitetronic produz travesseiros que detectam o ronco e inflam para ajustar a posição da cabeça do usuário e manter as vias aéreas desobstruídas. Uma base de cama Tempur-Pedic com contornos ajustáveis pode até mesmo alterar sua posição durante a noite em resposta ao ronco.
Embora muitos dispositivos inteligentes para dormir possam ser bastante caros, a Orion pretende desenvolver versões mais acessíveis de seu produto, que poderão estar disponíveis nos EUA, no futuro, por US$ 500, graças, em parte, à experiência de Daniel Gestetner na fabricação.
Harry Gestetner prevê que o produto possa atrair qualquer um dos milhões de pessoas que já monitoram suas estatísticas de saúde e sono com smartwatches e outros wearables. A empresa também está prestes a participar de um estudo clínico formal, e Gestetner imagina que os usuários também coletarão dados concretos para confirmar que a tecnologia melhora seu sono.
"À medida que as pessoas usam o produto, elas devem notar melhorias em seus dados de sono, o que deve ser bastante inegável", afirma.