Pix inclui pagamento de boletos e promete mais 8 novidades
Um código QR específico possibilitará quitar a cobrança via Pix, acelerando a compensação; basta apontar o celular e concluir a transação

O uso do Pix para o pagamento de boletos por meio de QR Code, lançado no início da semana, é mais uma das funcionalidades do meio de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central, que deve acelerar a disponibilidade de novos recursos em 2025.
A chamada "Agenda Futura" do BC conta com oito funcionalidades previstas. Com pouco mais de quatro anos, o Pix movimentou R$ 26 trilhões em 2024.
O QUE VEM POR AÍ
Quem gosta das facilidades do Pix ou precisa de mais motivos para aderir ao meio de pagamento instantâneo pode se preparar para uma agenda de futuros serviços.
A expectativa é de que sejam incluídos os seguintes recursos, listados na "Agenda Futura":
- QR Code gerado pelo pagador;
- Pix Garantido (parcelamento de compras);
- Ferramenta para consulta de transações liquidadas no SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos do BCB);
- Plataforma Centralizada (Cobrança Centralizada de Pix Cobrança Contratos Inteligentes; Duplicata no Pix);
- Pix Internacional;
- API de Pagamentos;
- Novas formas de iniciação do Pix (NFC; bluetooth; RFID; reconhecimento facial);
- Regras para split de pagamentos.
BOLETO POR QR CODE
O pagamento de boletos com Pix entrou em vigor na última segunda-feira (3) e permite ao usuário acessar o QR Code específico, inserido no próprio boleto, para fazer a operação. Ou seja, não é mais preciso digitar uma sequência de números no site ou no aplicativo do banco. Basta fazer a leitura do código para fazer o pagamento via Pix.
Outra novidade que faz parte da mesma resolução (BCB 443, de 12 de dezembro de 2024) trata do boleto dinâmico, que deve ser utilizado na negociação entre empresas de dívidas em cobranças representadas por alguns tipos de títulos.
“Como tais títulos podem ser negociados, é fundamental assegurar ao pagador e ao credor a segurança de que os pagamentos serão direcionados ao legítimo detentor de direitos”, afirma o BC em comunicado.
A nova modalidade será inicialmente vinculada a duplicatas escriturais e recebíveis imobiliários. O registro dos boletos deve ser emitido digitalmente em plataformas autorizadas pelo BC.
O BC ainda vai estabelecer os sistemas financeiros que poderão ser vinculados ao boleto de cobrança dinâmico, conforme instrução normativa a ser editada.
RECURSO DA APROXIMAÇÃO
O Banco Central iniciou no final do ano passado a implementação do pagamento por aproximação via Pix. O recurso é acionado com a aproximação do celular de quem vai fazer o pagamento da maquininha, por meio do aplicativo do banco ou o uso de uma carteira digital.
O Pix já registrou mais de 520 milhões de contas (pessoa física) cadastradas desde novembro de 2020, quando foi criado pelo BC. Em quantidade de transações, só em janeiro de 2025, foram feitas mais de 5 milhões de operações.

O grande diferencial do Pix em relação aos outros meios de pagamento é que ele é gratuito e não tem restrições de horário - é possível utilizá-lo 24 horas, 7 dias por semana, com transações entre quaisquer instituições financeiras.
O QUE DÁ PARA FAZER HOJE
O meio de pagamento digital, desenvolvido no Brasil, pode ser usado nas seguintes situação, segundo o BC:
- Transferências entre pessoas;
- Pagamentos em estabelecimentos comerciais, incluindo lojas físicas e comércio eletrônico;
- Pagamentos de prestadores de serviços;
- Pagamentos entre empresas, como pagamentos de fornecedores, por exemplo;
- Recolhimento de receitas de Órgãos Públicos Federais como taxas (como despesas judiciais e emissão de passaporte), aluguéis de imóveis públicos, serviços administrativos e educacionais e multas;
- Pagamentos de cobranças;
- Pagamentos de faturas de serviços públicos, como energia elétrica, telecomunicações (telefone celular, internet, TV a cabo, telefone fixo) e abastecimento de água;
- Recolhimento de contribuições do FGTS e da Contribuição Social.
CUIDADO COM O GOLPE!
O relatório “2024 Scamscope - The Battle for Trust”, da ACI Worldwide, companhia de serviços de tecnologia com meios de pagamento, projeta que os golpes por Pix no Brasil deverão levar a perdas de US$ 2,5 bilhões em 2028.
Por outro lado, com a implementação de estratégias avançadas de inteligência artificial (IA), o país teria potencial para economizar mais de US$ 1 bilhão em perdas.
O estudo lembra que a adesão crescente do uso do Pix, ao mesmo tempo que aumento de forma significativa a conveniência para consumidores e empresas, "abriu um novo caminho para golpistas que buscam explorar a velocidade e a facilidade dos pagamentos em tempo real para o seu próprio ganho".
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
A ACI Worldwide lembra, no entanto, que o BC tem implementado uma série de medidas para mitigar as ameaças. "mas a batalha contra os golpes financeiros ainda está em andamento".
Um desafio principal para os avanços do Pix, como cita o relatório, é que, uma vez que o dinheiro é "transferido por meio de várias contas em tempo real, recuperá-lo se torna quase impossível".
Em resposta a essa realidade, as autoridades financeiras brasileiras adotaram medidas de prevenção aos golpes. Entre as iniciativas citadas no estudo estão:
- Limites de valores das transferência.
- Monitoramento comportamental e verificação de dispositivo.
- Compartilhamento de dados entre instituições.