Streaming e plataformas de vídeo no Brasil movimentam quase R$ 70 bilhões por ano, aponta estudo

Mercado digital brasileiro cresce acima da média global e movimenta empresas de streaming

Mulher escolhendo streaming na TV
O mercado brasileiro movimenta cerca de R$ 69,7 bilhões por ano, incluindo serviços de streaming por assinatura. Créditos: Pixabay.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

A televisão ainda é presença constante nas residências brasileiras, mas o streaming assume a liderança como meio preferido. 

O Brasil representa 36% da receita de entretenimento digital na América Latina e ocupa a 11ª posição global, com previsão de investimento de US$ 39,4 bilhões (R$ 215 bilhões) em streaming, música, games e serviços digitais em 2025.

O número de assinantes cresce de forma consistente. Em 2024, 32,7 milhões de lares no Brasil contavam com pelo menos um serviço de streaming, 1,5 milhão a mais que no ano anterior. O faturamento anual estimado atingiu R$ 70 bilhões. No primeiro semestre de 2025, as remessas ao exterior para pagar serviços digitais subiram 24%, totalizando US$ 9,94 bilhões.

O gasto médio mensal do brasileiro com assinaturas digitais e de streaming é de R$ 118 (R$ 1.416 ao ano), com média de 3,8 serviços por pessoa.

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 Nos Estados Unidos, a pesquisa da Deloitte de março de 2025 aponta gasto médio de US$ 69 mensais, enquanto outros levantamentos indicam valores entre US$ 42,38 e US$ 90, com 25% dos consumidores gastando mais de US$ 100 por mês.

Em 2024, o setor global de entretenimento e mídia faturou US$ 2,9 trilhões, crescimento de 5,5% em relação a 2023, segundo a PwC. 

A previsão é alcançar US$ 3,5 trilhões até 2029, com expansão média anual de 3,7%, superando o avanço da economia global. A publicidade digital liderará o crescimento, expandindo-se mais de três vezes mais rápido que o consumo direto de produtos e serviços.

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Modelos de Streaming

O modelo de streaming com anúncios (AVOD) deve elevar sua fatia na receita global de 20% em 2020 para 27,1% em 2029. Empresas como Netflix, Amazon Prime Video e Disney+ adaptam ofertas para mercados emergentes, como o Brasil. A receita mundial de OTT deve crescer de US$ 169 bilhões em 2024 para US$ 230 bilhões em 2029, enquanto o segmento de games passará de US$ 223,8 bilhões para quase US$ 300 bilhões.

Para mitigar o impacto econômico do avanço digital, o Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) estudam aplicar a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre plataformas. Com alíquota de 3%, a arrecadação poderia alcançar R$ 2,28 bilhões anuais. Com 12%, chegaria a R$ 9,14 bilhões, frente aos R$ 1,2 bilhão recolhidos em 2024.

O mercado brasileiro de plataformas movimenta cerca de R$ 69,7 bilhões por ano, incluindo serviços de streaming por assinatura, como Netflix, Disney+ e Amazon Prime Video, e plataformas de vídeos gerados por usuários, como YouTube, TikTok e Instagram. A participação brasileira no faturamento global dessas empresas varia entre 3% e 15%, conforme o modelo de operação.

Entre as líderes no país, a Netflix fatura R$ 10,4 bilhões anuais, seguida por Disney+ (R$ 7 bilhões), YouTube (R$ 6,5 bilhões), Amazon Prime Video (R$ 5,29 bilhões) e Globoplay (R$ 4,8 bilhões), segundo estudo da Ancine. O setor de streaming mantém trajetória de alta e disputa crescente por assinantes no Brasil.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais